Portadores de Fibromialgia em Mato Grosso do Sul poderão ser identificadas para a garantia dos direitos por meio de uma fita na cor roxa ou de cordão com desenhos de borboletas.
O Projeto de Lei que trata do assunto foi aprovado em segunda discussão e votação na sessão ordinária da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (13), seguindo agora para aprovação em redação final, por ter recebido emenda.
A matéria reconhece o cordão de fita com desenhos de borboletas e/ou laços na cor roxa como símbolo de identificação de pessoas com fibromialgia e determina, entre outras coisas, que os estabelecimentos instalem placas que sinalizam esse tipo de atendimento.
Outra medida presente na matéria é a obrigatoriedade para que se disponibilize assento para as pessoas com fibromialgia, além de vagas exclusivas em estacionamentos. O texto ressalta que não está dispensada a apresentação de documento comprobatório.
A lei também cita que deverá ser disponibilizado um cartão de identificação. Para esse, o Poder Executivo deverá assegurar o acesso, promovendo ampla divulgação, na forma da regulamentação.
Entenda a doença

A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dores musculoesqueléticas generalizadas, acompanhadas de fadiga, distúrbios do sono, alterações de memória e humor.
O reconhecimento médico da fibromialgia ocorreu oficialmente na década de 1990 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas relatos clínicos de sintomas semelhantes existem há mais de um século.
A causa exata ainda não é totalmente compreendida. Estudos indicam que a doença está associada a alterações no processamento da dor pelo sistema nervoso central, fazendo com que estímulos que normalmente não seriam dolorosos sejam percebidos como dor intensa.
Fatores genéticos, traumas físicos ou emocionais, infecções e estresse crônico podem contribuir para o desencadeamento da condição. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:
- Dor muscular e articular difusa e persistente;
- Rigidez matinal;
- Fadiga intensa, mesmo após descanso;
- Distúrbios do sono (como insônia ou sono não reparador);
- Problemas de memória e concentração (“nevoeiro mental” ou fibro fog);
- Dor de cabeça, formigamentos e síndrome do intestino irritável.
Diagnóstico
Não existe um exame laboratorial específico para a fibromialgia. O diagnóstico é clínico, baseado na avaliação dos sintomas e na exclusão de outras doenças. Critérios internacionais incluem dor difusa em pelo menos quatro das cinco regiões do corpo por mais de três meses e a presença de outros sintomas relacionados.
Tratamento e qualidade de vida
A fibromialgia não tem cura, mas o tratamento multidisciplinar pode aliviar os sintomas e melhorar o bem-estar. Entre as abordagens mais comuns estão:
- Medicamentos: analgésicos, antidepressivos e relaxantes musculares prescritos por um médico;
- Terapias físicas: fisioterapia, hidroterapia e exercícios de baixo impacto, como caminhada, natação e pilates;
- Apoio psicológico: terapia cognitivo-comportamental para manejo do estresse e da dor;
- Mudanças no estilo de vida: sono de qualidade, alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e técnicas de relaxamento.
Impacto emocional e social
Viver com fibromialgia exige compreensão e apoio, tanto da família quanto de amigos e empregadores. A falta de conhecimento sobre a doença ainda leva muitos pacientes a enfrentar preconceito, sendo essencial ampliar a conscientização para reduzir estigmas e garantir mais empatia.