O laudo pericial confirmou que o bebê de um ano e nove meses foi mesmo morto por asfixia enquanto era estuprado pelo próprio pai, de 28 anos. O crime aconteceu no dia 08 deste mês, em Camapuã.
Segundo consta, o exame não confirmou se a vítima já havia sofrido abusos em datas anteriores ao óbito. O pai foi preso em flagrante e indiciado por estupro com resultado morte e a mãe da criança por maus-tratos.
Na sua versão para os fatos, ele sustentou que “não resistiu” ao ver a filha em sua casa, no mesmo dia em que tinha retornado de um hospital de Campo Grande, após passar 10 dias internada para tratar uma infecção na traqueostomia.
Ainda na atualização do caso, a investigação disse que o outro filho do casal, de dois anos, foi acolhido pelo Conselho Tutelar e está sob proteção de medidas judiciais, impossibilitado de ver novamente seus pais. Já a mãe, está solta, mas será indiciada por maus tratos.
O pai da criança foi preso no momento em que chegou no hospital de Camapuã, logo após a mãe da vítima dar entrada por meio de uma ambulância do SAMU. A menina sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, o delegado Matheus Vital, responsável pelo caso, detalhou que a mãe não tinha conhecimento sobre os abusos que a filha sofria. O corpo dela vai passar por exames que irão identificar a causa do óbito.
O caso
A ocorrência surgiu quando a mãe levou a filha, que tem uma traqueostomia, para atendimento médico em um posto de saúde de Camapuã ao apresentar dificuldades para respirar. No local, após constatar a gravidade do quadro da vítima, uma ambulância do SAMU foi mobilizada para transferir a menina até o hospital municipal.
Entretanto, quando a criança chegou no local, os médicos apenas atestaram o óbito. Ainda segundo a polícia, foram identificadas lesões de abuso no corpo dela. Na conversa com a PM, a mãe contou que trocou a fralda da filha pela manhã, mas não notou sinais de abuso sexual no órgão genital.
Na sequência, o pai chegou no hospital e, pressionado sobre os fatos, confessou ter estuprado a filha. Ainda segundo o depoimento do médico que fez o atendimento, houve as constatações de lesões por estupro. Quando o pai foi informado sobre o óbito da filha, ele não esboçou nenhuma comoção.
Criança vivia em condições de vulnerabilidade
Nota divulgada à imprensa por um hospital de Campo Grande revela a situação de vulnerabilidade na qual a menina estava antes de ser morta no possível estupro praticado pelo próprio pai.
Conforme a atualização do caso, a menina deu entrada no hospital no dia 28 de junho ao apresentar um quadro de infecção na traqueostomia. O procedimento foi adotado pelos médicos porque a criança tinha histórico de convulsões e deficiência respiratória.
Logo que chegou, a equipe responsável pelo atendimento identificou um quadro de pneumonia, além de larvas e piolhos. No dia 30, passou por uma cirurgia de remoção das larvas e a troca da cânula da traqueostomia devido ao estreitamento na traqueia.
Ela ficou internada por 10 dias, recebendo alta no dia 8 de julho, quando retornou para Camapuã com a mãe. O hospital detalhou que durante o período em que a menina ficou hospitalizada estava respirando bem, comendo normalmente e sem febre.