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quinta-feira, 28 de agosto, 2025
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Lula recebe presidente do Panamá em meio a tarifaço dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta quinta-feira (28), em Brasília (DF), o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, para uma reunião bilateral no Palácio do Planalto. Durante o encontro, os dois chefes de Estado devem assinar acordos de cooperação e conceder uma declaração conjunta à imprensa.

Após a solenidade, os líderes seguem para o Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, onde será oferecido um almoço oficial.

A visita de Mulino ocorre em um momento de intensificação da agenda diplomática brasileira. É a segunda de um chefe de Estado ao país nesta semana, em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros. Desde que o republicano anunciou, em 9 de julho, uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, o governo Lula tem buscado diversificar mercados e fortalecer parcerias estratégicas.

Relação com a Nigéria

Na última segunda-feira (25), Lula recebeu em Brasília o presidente da Nigéria, Bola Tinubu. Os dois celebraram os 65 anos de relações diplomáticas entre os países e destacaram o avanço do comércio bilateral. Em 2024, a Nigéria foi a quarta maior parceira comercial do Brasil na África, com fluxo de US$ 2 bilhões — crescimento de 20% em relação a 2023.

Os principais produtos exportados pelo Brasil foram açúcares e melaços (74%), enquanto as importações se concentraram em fertilizantes (48%) e petróleo e derivados (48%). Durante a visita, os governos assinaram acordos em áreas como aviação, formação de diplomatas, ciência, tecnologia e transformação digital.

Reação ao tarifaço dos EUA

Sem citar diretamente Donald Trump, Lula voltou a defender o multilateralismo e a ampliação da integração com países do Sul Global. A estratégia é vista como resposta ao impacto econômico do aumento tarifário norte-americano.

Com encontros de alto nível em sequência, o governo brasileiro tenta demonstrar que não pretende se isolar diante das barreiras impostas pelos Estados Unidos e aposta na diversificação de parceiros para reduzir riscos à economia nacional.

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