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terça-feira, 26 de agosto, 2025
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Lula reúne ministros para alinhar discurso sobre tarifaço, redes sociais e CPMI do INSS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião ministerial para esta terça-feira (26), a segunda do ano, com o objetivo de alinhar o discurso do governo em três frentes consideradas estratégicas: o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, a regulamentação das redes sociais e a reação do Planalto diante da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

No campo econômico, Lula pretende reforçar as ações adotadas para mitigar os impactos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo governo norte-americano em julho e em vigor desde 6 de agosto. Entre as medidas apresentadas pelo Executivo está o Plano Brasil Soberano, lançado em 13 de agosto, que prevê manutenção de empregos, devolução parcial de impostos pagos pelas empresas e a compra de alimentos perecíveis para abastecer escolas, hospitais e Forças Armadas.

Outro tema em debate será a proposta de regulamentação das redes sociais, que está em fase final de ajustes e deve ser enviada ao Congresso ainda nesta semana. O governo considera a matéria central para o enfrentamento da desinformação e das chamadas “fake news”.

A reunião ocorre em meio a um momento de fragilidade política para o Planalto, após a derrota na instalação da CPMI do INSS, quando a base aliada perdeu o comando da comissão para a oposição. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente, derrotando o governista Omar Aziz (PSD-AM) por 17 votos a 14, e indicou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para a relatoria, contrariando a escolha do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A reviravolta foi resultado de articulação da oposição com apoio de partidos que integram a própria base governista, como União Brasil e Progressistas, que juntos controlam quatro ministérios. Interlocutores afirmam que líderes dessas siglas não se opuseram à chapa alternativa, enfraquecendo a posição do Planalto.

Desde a primeira reunião ministerial de 2025, em janeiro, Lula promoveu mudanças em quatro pastas: a Saúde passou de Nísia Trindade para Alexandre Padilha; Gleisi Hoffmann assumiu o Ministério das Relações Institucionais; Frederico de Siqueira Filho substituiu Juscelino Filho nas Comunicações; e Márcia Lopes entrou no lugar de Cida Gonçalves no Ministério das Mulheres.

Com o novo encontro, o presidente busca não apenas alinhar as diretrizes do governo em pautas econômicas e digitais, mas também reagir ao desgaste político e fortalecer a coesão interna da Esplanada.

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