O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve cumprir agenda pública em Dourados no decorrer dos próximos dias, segundo informações de deputados federais do PT.
A princípio, a visita será para assinar a regularização das terras da Comunidade Quilombola Dezidério Felippe de Oliveira, localizada no distrito da Picadinha, naquela cidade.
O reconhecimento da área foi em 2015, após RTID (Relatório Técnico de Identificação e Delimitação) apontar a delimitação em 12 porções.
Ao todo, 36 famílias descendentes do escravo Dezidério Felipe de Oliveira reivindicavam a posse de 3.738 hectares.
Dezidério viveu na região do sul do Mato Grosso antes da abolição da escravatura e mudou-se para o distrito de Picadinha em 1905.
O local foi reconhecido como quilombola pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 2015, após uma longa disputa com fazendeiros da área.
A história
Dezidério Felippe de Oliveira nasceu em 1867, em Uberaba (MG), sendo
escravo por 21 anos e trabalhando como agricultor e peão.
Foi contratado em 1898 por uma comitiva rumo à Vista Alegre (atual Maracaju). Chegando nesta região, houve um desentendimento com o chefe da comitiva.
Com isso, ele ficou em definitivo nas terras do sul-mato-grossenses, onde conseguiu
trabalho em uma fazenda de Maracaju e casou-se com Maria Baptista, tendo quatro filhos.
Com o tempo, surgiu a vontade de possuir um pedaço de terra e mudou-se de Vista Alegre para a cabeceira do córrego São Domingos, próxima à Picada Romualdo, em 1907.
Ele permaneceu na região até 1926 e teve ainda outros oito filhos, somando ao todo 18 pessoas em sua família.
Na região, criava gado, mantinham uma roça e plantação de ervais aos quais levava para Campo Grande e trocava por sal, querosene e tecido.
A história também cita que Dezidério trabalhou na fazenda de Marcelino José Pires, um dos fundadores de Dourados.