Existe em Mato Grosso do Sul uma macrorregião que tem preocupado as autoridades de saúde pelo fato do seu índice de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) estar na cor vermelha, ou seja, na classificação de ‘extremamente alto’. A informação é da Fundação Oswaldo Cruz, através do boletim semanal divulgado na quarta-feira (06) e que acompanha o avanço da doença no País.

Conforme o documento, a macrorregião de Corumbá é a única em todo o Brasil que hoje está na classificação máxima, apresentando 10 ou mais casos a cada 100 mil habitantes. Mato Grosso do Sul, juntamente com outros 10 estados, apresentou aumento nos registros da doença no período de seis semanas, apesar disto, todas as outras três macrorregiões de MS estão com o índice considerado “alto”, com 1 a 5 casos por 100 mil habitantes.
No relatório da Fundação consta que os casos de SRAG em crianças e adolescentes tiveram ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro, período de retomada do ano letivo.
Por outro lado, na população em geral, a análise aponta o menor percentual de casos de SRAG por Covid-19 desde o início da pandemia que, nas últimas quatro semanas, corresponderam a 50,7% em resultado laboratorial positivo para vírus respiratório. Ao longo do período mais crítico da doença no país, cerca de 96% dos casos de SRAG com identificação laboratorial eram por Covid-19.
Os dados também mostram que 13 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 13: Aracaju (SE), Belém (PA), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES). Observa-se sinal de crescimento somente na tendência de curto prazo em duas delas: Curitiba (PR) e Manaus (AM).
Em crianças de 0 a 4 anos, os dados laboratoriais apontam para a influência de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR). Já no grupo de 5 a 11 anos, os números sugerem interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 (Covid-19) e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios no mês de março. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 13, que compreende o período de 27 de março a 2 de abril de 2022, a investigação tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 4 de abril.
“O estudo mostra, também, uma desaceleração gradual na taxa de queda de casos de SRAG entre a população adulta e entrada em regime de estabilidade. Em contrapartida, a contribuição dos casos associados ao VSR segue crescendo, atingindo 29,7% do total de casos com resultado laboratorial positivo para vírus respiratório entre os casos no mesmo período”, observou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Referente ao ano epidemiológico 2022, já foram notificados 107.478 casos de SRAG, sendo 60.895 (56,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 31.883 (29,7%) negativos, e ao menos 9.171 (8,5%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,5% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 3,9% VSR e 86,7% Sars-CoV-2.