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segunda-feira, 8 de setembro, 2025
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Maioria dos brasileiros rejeita anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, mostra pesquisa

Uma nova pesquisa Quaest, divulgada neste domingo (6), revela que a maioria da população brasileira é contrária à anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2022. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados acreditam que os responsáveis devem continuar presos e cumprir suas penas. Em contrapartida, 34% defendem a soltura dos envolvidos — seja por entenderem que a prisão não deveria ter ocorrido, seja por considerarem que os detidos já cumpriram tempo suficiente. Outros 10% não souberam ou preferiram não opinar.

A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, entrevistou 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março de 2025. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Polarização política

O recorte por eleitorado escancara a divisão política no país. Entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições de 2022, 77% são contra a anistia e defendem que os réus permaneçam presos. Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro, esse índice cai para 32%. No grupo dos que não votaram ou anularam/brancos, 53% também são contrários à anistia.

Em relação ao apoio à soltura dos envolvidos, os índices revelam ainda mais o contraste: 61% dos eleitores de Bolsonaro são favoráveis à anistia, contra apenas 15% entre os que escolheram Lula. Entre os que se abstiveram ou votaram nulo/branco, 31% defendem o perdão aos condenados.

Envolvimento de Bolsonaro nos ataques

A pesquisa também investigou a percepção sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu suposto envolvimento na tentativa de golpe. Os dados mostram estabilidade em relação ao levantamento anterior, de dezembro de 2024: 49% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro participou do planejamento dos ataques, enquanto 35% discordam dessa afirmação.

Sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de torná-lo réu, 49% dos entrevistados consideraram a medida justa; 36% a classificaram como injusta, e 12% não souberam ou não quiseram responder.

O posicionamento varia conforme a escolha eleitoral em 2022. Entre os eleitores de Lula, 80% apoiam a decisão do STF, ao passo que apenas 16% dos bolsonaristas concordam com ela. No grupo que votou branco, nulo ou se absteve, há divisão: 51% consideram a medida justa, 30% injusta e 19% não souberam ou não responderam.

Duas torcidas, duas visões

Para o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os dados reforçam a polarização política do país. “Fica bem evidente essa divisão quando estudamos os dados por tipo de eleitor. O lulista aposta na prisão de Bolsonaro (56%), o bolsonarista, não (55%). E entre quem alienou o voto, há um empate: 42% x 42%. Dá pra perceber como as duas ‘torcidas’ se dividem neste caso”, afirmou.

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