Mais de 80% dos pais querem vacinar filhos contra Covid-19, aponta pesquisa

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Vacinação de crianças. (Foto: Rodrigo Garrido)

Dados preliminares de pesquisa da Fiocruz apontam que 12 a 16% hesitam em imunizar crianças e adolescentes. Fake news estão entre as causas da resistência

Levantamento feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) mostram que mais de 80% dos pais brasileiros querem vacinar os filhos contra a Covid-19, após levantarem dados de mais de 15 mil formulários colhidos pela internet para entender a percepção sobre a imunização infantil.

Entre os que hesitam, 16%, estão os pais de crianças de zero a quatro anos, grupo que ainda não tem a vacina aprovada. No grupo com filhos entre 5 e 11 anos, perfil que tem vacina aprovada pela Anvisa, a taxa é de 12%. Ela sobe para 14% entre os responsáveis por adolescentes acima dos 12 anos, que já têm imunizantes disponíveis nos postos de saúde.

Segundo a coordenadora do estudo, a médica Daniella Moore, a resistência na imunização infantil mostra ligação com informações equivocadas sobre a vacina, várias delas fake news disseminadas nas redes sociais.

“Ao contrário de outros países, em que as pessoas não se vacinam porque não querem, no Brasil, a grande maioria quer a vacina, acredita na ciência, tem uma relação de confiança com o Programa Nacional de Imunizações. A gente viu que os motivos que as pessoas estão hesitando têm alguns eixos principais que podem ser esclarecidos”, avalia.

Fake news afetam percepção dos pais sobre vacina

Os resultados preliminares do estudo apontam que uma das preocupações elencadas é que as vacinas seriam experimentais. A médica Daniela Moore esclarece que os imunizantes são usados em adultos desde dezembro do ano passado e também já passaram pela fase de testes em crianças, com milhões delas vacinadas no mundo, sem efeitos adversos graves.

A pesquisadora do IFF/Fiocruz lembra que a Anvisa só aprovou o uso pediátrico após uma extensa análise de documentação. A dose infantil é diferente da usada em adultos e inclusive ganha uma embalagem diferenciada para evitar qualquer troca.

Outro ponto de hesitação apontado pelos pais é que a vacina de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer, poderia trazer mudanças ao DNA humano. Daniella Moore alerta que isso é impossível. Ela explica que a vacina tem apenas o papel de treinar o sistema imunológico para combater o coronavírus.

*com informações CNN