Maria de Fátima foi assassinada pela prima por encontrar cocaína no guarda-roupa

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Foto: PCMS

A DHPP (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa) esclareceu nessa sexta-feira (05) o homicídio de Maria de Fátima Alves, de 30 anos, cujo corpo foi encontrado numa área de mato, às margens da rodovia federal BR-262, em Campo Grande, na última quarta-feira (03).

Segundo a atualização do caso, a vítima era natural de Minas Gerais, bem estruturada, e há três meses se mudou para Campo Grande para fugir de uma situação de violência doméstica. Entretanto, como não conseguiu emprego e nem mesmo se estabilizar com a ajuda dos familiares, acabou indo morar na rua e no Centro de Acolhimento de Desabrigados (POP).

Na terça-feira (02) saiu do abrigo com uma bicicleta emprestada para pegar seus documentos e outros pertences na casa de sua prima, de 31 anos, no bairro Moreninhas. Essa foi a última vez que os conhecidos e funcionários do abrigo tiveram contato com a vítima, a partir de então passou a ser tratada como desaparecida.

Maria de Fátima foi assassinada pela prima por encontrar cocaína no guarda-roupa
Maria de Fátima (Foto: PCMS)

Testemunhas apontaram que a viram entrando em um veículo Hyundai HB20, dirigido por um homem de 41 anos. Os policiais foram até a casa da prima, que já acumula passagens por tráfico de drogas e outros crimes. Ela negou saber da vítima, mas a versão não convenceu os investigadores, que passaram a monitorar os passos dela.

Na quinta-feira (04), o veículo apontado como suspeito foi visto parado em frente a casa da prima. Com isso, o motorista foi abordado e, de pronto, disse não ter participado do homicídio de Maria de Fátima, mas assumiu ser traficante. No interior do HB20 foram apreendidos porções de cocaína e também um tênis feminino no porta-malas, reconhecido como sendo da vítima.

Em seguida, a prima da vítima foi abordada e pressionada sobre os fatos, acusando o motorista de ser o dono de toda a droga que estava na casa e no carro. No imóvel foram apreendidos seis tabletes e três balanças de precisão. Os investigadores detalharam ainda que a cocaína apreendida é de alta qualidade, com valor muito alto para o mercado.

Maria de Fátima foi assassinada pela prima por encontrar cocaína no guarda-roupa
Droga apreendida (Foto: PCMS)

Interrogado sobre o paradeiro de Maria de Fátima, a prima continuou dizendo não saber e revelou que, na noite anterior, ela esteve na sua casa para jantar, mas foi embora posteriormente. Ainda sem acreditar na versão, houve o confronto dos fatos até que os investigadores descobriram que a vítima tinha achado a droga no guarda-roupa da prima, o que gerou uma discussão entre elas.

Maria estava procurando pela sua carteira de trabalho que tinha deixado no local dias antes quando encontrou os tabletes e questionou a prima sobre o que era. Temendo ser denunciada, a prima e o comparsa decidiram executá-la com dois tiros, um na cabeça e outro na axila e deixaram o corpo na BR-262, acreditando que não seriam descobertos.

Antes disso, os dois autores devolveram a bicicleta que Maria de Fátima tinha emprestado no abrigo. O HB20 foi registrado transitando pela BR-262 às 20h30min, horário estimado do homicídio. A arma usada no crime foi descartada nas proximidades. A prima e o comparsa irão responder por homicídio qualificado, tráfico de drogas e associação para o tráfico.