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Meirelles diz que Temer constatou ‘fato’ em gafe sobre sobre mulheres

09/03/2017 06h34

Meirelles diz que Temer constatou ‘fato’ em gafe sobre sobre mulheres

Presidente afirmou que mulheres são importantes na economia por indicarem desajustes de preço nos supermercados

Notícias ao minuto

Depois de o presidente Michel Temer dizer que ninguém além das mulheres é capaz de indicar desajustes de preço nos supermercados, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) minimizou a declaração e disse que o peemedebista estava “constatando um fato”.

“Eu acredito que foi uma declaração em que ele estava possivelmente constatando um fato, digamos, da realidade, pelo número de pessoas que frequentam o supermercado”, afirmou Meirelles, após ser questionado se a declaração foi machista.

Durante evento em referência ao Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (8) em Brasília, o presidente Michel Temer afirmou que tem “convicção do quanto a mulher faz pela casa” e da importância da figura feminina para a formação dos filhos que, segundo ele, é “seguramente” de responsabilidade da mãe.

“Não há duvida de que a mulher é importantíssima para a economia e exatamente por isso existe uma regra de transição que começa aos 45 para mulher e 50 para homens. A longo prazo, sim, haverá convergência, porque é o que está acontecendo no mundo inteiro”, afirmou Meirelles.

Em seguida, o ministro reconheceu que a remuneração média da mulher no Brasil ainda é de 83% da renda masculina. “A tendência é isso cada vez mais se igualar, é justo. Cada vez mais isso está sendo igualado e não há duvida de que hoje é dia importantíssimo e devemos homenagear as mulheres”, disse.

GAFE

A declaração do presidente que menciona atividades domésticas que geram a chamada jornada dupla para as mulheres foi feita em um momento em que a equipe econômica tentar convencer parlamentares e a sociedade de que homens e mulheres devem ter regras iguais para aposentadoria.

A proposta do governo Michel Temer coloca a mesma regra para homens e mulheres: idade mínima de 65 anos e tempo mínimo de contribuição de 25 anos. Atualmente, as mulheres têm regras diferenciadas e podem se aposentar com 30 anos de contribuição ou 60 anos de idade e 15 de contribuição. Para os homens, são exigidos 35 anos de contribuição ou 65 anos de idade e 15 de contribuição.

Na avaliação de um técnico do governo envolvido nas discussões em torno da reforma da Previdência, o presidente reconheceu, com as declarações desta quarta, que a mulher tem mais trabalho em casa, o que dificulta os argumentos a favor da unificação das regras no Congresso Nacional.

IDADE MÍNIMA

Meirelles e o secretário de Previdência, Marcelo Caetano, têm feito uma ofensiva na Câmara dos Deputados para defender a aprovação da reforma da Previdência da forma mais fiel possível ao texto enviado pelo executivo. Eles tiveram três reuniões com bancadas de partidos aliados – PP, PRB e PSD – nesta quarta-feira (8). Na terça, se reuniram com a bancada do PMDB, partido de Temer.

Meirelles afirmou, após uma das reuniões, que, se o Congresso Nacional optar por reduzir para 60 anos a idade mínima proposta pelo governo para aposentadoria das mulheres, teria de aumentar para 71 a idade mínima dos homens para não tornar inócua a reforma da Previdência.

“[Diferenciar regras] ou torna inócua [a proposta] se só beneficia um lado, seja quem for, ou penaliza o outro. Mais da metade da população brasileira é mulher. Então pode se propor isso [reduzir idade mínima da mulher], mas as contas têm que fechar”, declarou o ministro, após reunião com deputados na Câmara. Com informações da Folhapress.

Ueslei Marcelino / Reuters

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