Menos estrada, mais cuidado: hemodiálise é regionalizada em MS

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(Foto: SES)

Descentralização do serviço reduz viagens longas e acelera o início da terapia

Em vez de madrugar para pegar a estrada e enfrentar horas de viagem, muitos pacientes renais em Mato Grosso do Sul passaram a iniciar 2025 com uma rotina diferente: tratamento mais perto de casa e menos tempo longe da família. A mudança, sentida no dia a dia de quem convive com a Doença Renal Crônica (DRC), é resultado da regionalização da hemodiálise no estado, que transformou o acesso ao cuidado e reduziu deslocamentos antes inevitáveis.

Ao longo do ano, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), consolidou uma política de expansão e descentralização da Terapia Renal Substitutiva (TRS) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A estratégia reorganizou a rede assistencial para garantir que os pacientes sejam atendidos dentro das próprias regiões, promovendo mais dignidade, continuidade do tratamento e qualidade de vida. “O plano regional não significou apenas ampliar a estrutura, mas garantir resolutividade, dignidade e acesso contínuo ao tratamento”, avaliou a superintendente de Atenção à Saúde da SES, Angélica Segatto Congro.

A pactuação do Plano de Ação Regional, firmada no fim de 2024, ganhou força em 2025 com a implementação das medidas previstas para o biênio 2025–2026. Na prática, isso significou a ampliação de serviços em cidades-polo, a implantação de novas unidades em municípios do interior e o início do funcionamento de atendimentos em regiões que antes dependiam exclusivamente dos grandes centros urbanos.

Entre os avanços, estão ainda a habilitação de uma nova clínica em Campo Grande e a abertura de novos turnos de atendimento, o que aumentou a capacidade da rede estadual e reduziu o tempo de espera para o início da hemodiálise. Com isso, pacientes passaram a iniciar o tratamento com mais agilidade, evitando agravamentos do quadro clínico.

Outro ponto considerado decisivo foi o fortalecimento dos municípios, por meio de incentivos estaduais destinados à manutenção dos serviços de TRS. O apoio financeiro deu mais estabilidade à rede e segurança para a ampliação da oferta de vagas, especialmente nas cidades do interior, onde a demanda era historicamente reprimida.

O atendimento segue a Linha de Cuidado da Pessoa com Doença Renal Crônica, que organiza o fluxo dos pacientes conforme a macrorregião de origem. “Essa estruturação permitiu reduzir deslocamentos e oferecer o cuidado mais perto de onde o paciente vive”, explicou a gerente de Atenção à Doença Renal Crônica da SES, Mara Rúbia da Costa Silva.

Além da expansão da rede, a SES manteve monitoramento contínuo da produção e da qualidade dos serviços, o que garantiu mais eficiência na gestão e transparência na aplicação dos recursos públicos. O acompanhamento constante também permitiu ajustes ao longo do ano, ampliando a resolutividade da política pública.

Ao encerrar 2025, Mato Grosso do Sul consolida um novo cenário na assistência aos pacientes renais: uma rede mais regionalizada, municípios fortalecidos e atendimento mais humanizado. A experiência mostrou que investir em capilaridade não é apenas uma estratégia de gestão, mas um passo essencial para assegurar conforto, dignidade e o direito à saúde a quem depende da hemodiálise para viver.