O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) — formada por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein — será assinado na próxima terça-feira, 16 de setembro, no Rio de Janeiro. A confirmação foi feita nesta sexta-feira (12) pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).
A assinatura ocorrerá durante a reunião de chanceleres do Mercosul, presidida pelo ministro Mauro Vieira, já que o Brasil ocupa a presidência temporária do bloco.
Contexto das negociações
As tratativas entre Mercosul e EFTA começaram em junho de 2017, em Buenos Aires, e passaram por 14 rodadas de negociações até serem concluídas em julho deste ano. O acordo chegou a ser anunciado em 2019, mas foi travado devido a questionamentos ambientais, em meio ao aumento do desmatamento no Brasil durante o governo Jair Bolsonaro.
Em nota, o Itamaraty destacou que “a consolidação da união aduaneira, a diversificação das parcerias econômico-comerciais do Mercosul e a modernização e aprofundamento dos acordos regionais vigentes constituem objetivos essenciais, em meio a cenário internacional instável e complexo”.
A importância da EFTA
Criada em 1960, a EFTA reúne uma população de cerca de 15 milhões de habitantes, com um Produto Interno Bruto (PIB) somado de US$ 1,4 trilhão. Em termos de renda per capita, Liechtenstein aparece como o segundo país mais rico do mundo, com média de US$ 186 mil anuais por pessoa, enquanto a Suíça ocupa a quarta posição, com US$ 104,5 mil. Islândia e Noruega também figuram entre as nações mais ricas do planeta.
Significado político e econômico
Segundo diplomatas, as negociações avançaram em paralelo às tratativas entre Mercosul e União Europeia, ganhando impulso após a eleição de Donald Trump, em 2016, e o aumento do protecionismo nos Estados Unidos. Para os países da EFTA, o acordo representou uma oportunidade de ampliar mercados diante desse cenário.
Durante a reunião no Rio, além da assinatura do tratado, os chanceleres devem debater novas perspectivas de integração regional. A presidência brasileira pretende ainda reforçar o apoio à adesão plena da Bolívia ao Mercosul e lançar como prioridade a “Estratégia Mercosul de Combate ao Crime Organizado”.