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Ministério quer criar plano de saúde popular para desafogar SUS; para CNM é retrocesso

06/08/2016 10h00

Ministério quer criar plano de saúde popular para desafogar SUS; para CNM é retrocesso

CNM

Criar um plano de saúde popular para desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS) para que pessoas utilizem um plano privado e deixem de usar o SUS é uma proposta do Ministério da Saúde. Nesta sexta-feira, 5 de agosto, foi publicada uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) que institui um grupo de trabalho para discutir a ideia.

Para a Confederação Nacional de Municípios (CNM) a criação de um plano de saúde privado para o “povo” não irá tirar a responsabilidade do Estado em cumprir sua obrigação definida pela Constituição Federal de 1988.

A Confederação lamenta o impacto quando o cidadão para de receber o mínimo de assistência à saúde e ter que pagar por ela. Até mesmo a legislação dos planos de saúde teria que ser alterada, certamente a existência de um plano com cumprimento restrito de serviços seria, na verdade, uma espécie de permissão legal para que os convênios deixassem de ofertar tratamentos e exames mais caros, no caso um benefício aos planos de saúde.

Judicialização
Um alerta da CNM é que aumentaria as demandas judiciais contra os planos, pois ao pagar e não possuir a disponibilidade de um serviço de maior complexidade que demanda urgência o usuário pode acionar a justiça. Isso impactaria diretamente na Judicialização na Saúde.

A CNM acredita que a ação seria um dos maiores retrocessos no sistema público de saúde que já vive um subfinanciamento crônico e necessita de uma gestão mais qualificada. Essa estratégia ameaçaria os direitos já conquistados da população, beneficiando a iniciativa privada, criando mais demandas judiciais, e possivelmente sem alterar a qualidade da assistência no SUS.

Outras alternativas
Para a Confederação a criação de um grupo de trabalho para qualificar a gestão, para melhoria da assistência, aumento da cobertura e melhores investimentos dos recursos financeiros seriam boas alternativas no momento e não a de buscar ampliar o número de usuários de convênios particulares, reduzindo a demanda no serviço público.

A CNM entende que o SUS é uma conquista da população e esta não pode ser ameaçada com estratégias que beneficiem a iniciativa privada, que desconsideram a integralidade, a equidade e a universalidade. O SUS precisa sim de mais recursos financeiros, entretanto ele necessita mais ainda, de qualificação na utilização dos seus recursos nas três esferas de gestão.

Ministério quer criar plano de saúde popular para desafogar SUS; para CNM é retrocesso

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