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domingo, 26 de outubro, 2025
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Ministra do STM pede perdão público a vítimas da ditadura em homenagem a Vladimir Herzog

Evento reuniu centenas de pessoas e reforçou compromisso com a preservação da história da ditadura militar

Cinco décadas após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, um ato realizado no sábado (25), em São Paulo, reuniu centenas de pessoas para lembrar as vítimas da ditadura militar no Brasil. A cerimônia foi promovida pela Comissão Arns e pelo Instituto Vladimir Herzog e marcou os 50 anos da morte do jornalista.

O momento mais simbólico do evento ocorreu durante o discurso da ministra Maria Elizabeth Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar (STM), que fez um pedido público de perdão às vítimas do regime.

“Peço perdão público aos mortos, desaparecidos e famílias atingidas pelo regime, e a tantos outros homens e mulheres que sofreram com as torturas, mortes, desaparecimentos forçados e o exílio”, disse a ministra.

Maria Elizabeth Rocha também declarou: “Eu peço, enfim, perdão à sociedade brasileira e à história do país, pelos equívocos judiciários cometidos pela Justiça Militar Federal em detrimento da democracia e favoráveis ao regime autoritário. Recebam o meu perdão, a minha dor e a minha resistência.”

No discurso, a ministra mencionou Vladimir Herzog e o ex-deputado Rubens Paiva, reconhecendo a responsabilidade institucional por decisões tomadas durante o período da ditadura.

Herzog, então diretor de Jornalismo da TV Cultura, morreu em 25 de outubro de 1975, nas dependências do DOI-Codi, órgão de repressão vinculado ao Exército. Ele havia se apresentado voluntariamente naquela manhã para prestar depoimento, mas foi detido sem ordem judicial. Sua morte se tornou um símbolo da luta pela democracia no Brasil.

O ato também contou com a presença de familiares, jornalistas, ativistas de direitos humanos e representantes de instituições ligadas à memória e à verdade sobre o período autoritário.

O governo federal, durante o evento, assinou ainda um acordo com a família de Vladimir Herzog, reforçando o compromisso com a preservação da memória e a reparação simbólica às vítimas da ditadura militar.

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