A atriz norte-americana Diane Keaton, uma das figuras mais marcantes do cinema nas últimas cinco décadas, morreu aos 79 anos, na Califórnia. A informação foi confirmada neste sábado (11) pela revista People, que divulgou a notícia por meio de um porta-voz da família. A causa da morte não foi revelada, e os familiares pediram discrição durante o período de luto.
Nascida em Los Angeles, em 1946, Diane Hall — seu nome de batismo — adotou o sobrenome Keaton, da mãe, ao descobrir que já havia uma atriz registrada com seu nome original. Desde jovem, demonstrava vocação artística, inspirada pela mãe, que sonhava em ser artista.
A carreira de Keaton começou no teatro, com destaque para sua participação no musical “Hair”, na Broadway, em 1968. Mas foi no cinema que ela se consagrou mundialmente, ao interpretar Kay Adams em O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola. O papel, ao lado de Al Pacino, a projetou como uma das principais atrizes de sua geração.
Na década de 1970, formou também uma parceria criativa e afetiva com Woody Allen, estrelando produções como Play It Again, Sam (1972), Sleeper (1973) e, principalmente, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall) (1977), filme que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz e se tornou um clássico do cinema contemporâneo.
Ao longo da carreira, Keaton acumulou papéis memoráveis em filmes como Procurando o Sr. Goodbar (1977), Reds (1981), Baby Boom (1987), O Pai da Noiva (1991 e 1995), O Clube das Desquitadas (1996) e Alguém Tem Que Ceder (2003), este último ao lado de Jack Nicholson, que lhe garantiu outra indicação ao Oscar.
Nos anos 2000, continuou ativa no cinema e na televisão, participando de produções como Tudo em Família, Book Club, Poms e da minissérie da HBO The Young Pope (2016). Em 2021, surpreendeu os fãs ao aparecer no videoclipe Ghost, de Justin Bieber.
Além de atriz, Diane também foi diretora e produtora, comandando o documentário Heaven (1987) e o longa Hanging Up (2000).
Conhecida por seu estilo inconfundível, marcado por ternos, chapéus e uma elegância natural, Diane Keaton se tornou um ícone de autenticidade e independência feminina em Hollywood. Nunca se casou, e afirmava com orgulho que essa era uma escolha consciente. Mãe adotiva de dois filhos, Dexter (1996) e Duke (2001), dizia que a maternidade foi uma decisão amadurecida e transformadora.
Em entrevista à People em 2019, refletiu sobre sua trajetória: “Sem a atuação, eu teria sido uma desajustada”. Apesar de confessar inseguranças e o hábito de evitar assistir aos próprios filmes, Keaton deixou um legado de talento, humor e originalidade, admirado por várias gerações.