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MP denuncia 24 da Coffee Break e investiga envolvimento de mais nomes

01/06/2016 06h30

MP denuncia 24 da Coffee Break e investiga envolvimento de mais nomes

Ddos News

O MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) entregou ao TJMS (Tribunal de Justiça) nesta terça-feira (31), denúncia contra 24 acusados de envolvimento no esquema de corrupção investigado a partir da Operação Coffee Break, para cassar o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP).

Entre os nomes, estão de vereadores, ex-governador, ex-prefeito e empresários. As investigações continuam, para apurar envolvimento de outras pessoas.

Após a entrega da denúncia pela PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) do MPMS, cabe ao TJMS acatá-la, ouvindo testemunhas, acusação e defesa. Em coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira, o procurador geral Paulo César dos Passos disse que todas as provas contra os acusados estão materializadas nas 361 laudas de denúncia. Já a investigação conta com 7 mil páginas.

A denúncia contém mais elementos do que o relatório preliminar entregue pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) à PGJ ao final do ano passado, além de incluir nomes. Isso porque foram acrescentadas provas, como interceptações telefônicas, cruzamentos de dados financeiros, entre outras. Parte das escutas feitas com autorização judicial durante a Operação Lama Asfáltica, foram utilizadas.

Passos disse que o MP apurou a existência de um conluio com participação bastante definidas de um grupo empresarial, grupo político e terceiras pessoas, que se articulavam para a manutenção de um status. Segundo ele, havia insatisfação relacionada a perda do poder político após Bernal assumir o cargo e a necessidade de retomá-lo, fez estes grupos se unirem para arquitetar a cassação do prefeito.

A “derrubada” de Bernal estaria condicionada à manutenção de privilégios por parte do grupo que se articulou, tanto por parte de empresários em contratos, muitas vezes suplementados, como pelos vereadores com negociações de secretarias, cargos comissionados, entre outros que aumentaria suas esferas de atuação. “Conseguimos demonstrar que o processo de cassação [de Bernal] foi permeado por atos de corrupção”, disse Passos.

Ele pontua que as apurações vão continuar no âmbito do MPMS, pois há nomes que não foram denunciados e que incluem parte de um desmembramento das investigações, pois não há indícios suficientes de sua participação, sendo necessárias mais provas para que sejam alvos de denúncia. Ainda pontua que existem aqueles que têm foro privilegiado ou prerrogativas de suas funções, que impedem a apuração de seu envolvimento por parte do órgão.

Os Acusados

Aqueles que foram denunciados neste terça-feira, são acusados por três crimes distintos. Por associação criminosa aparecem na lista os políticos Gilmar Olarte (vice-prefeito de Campo Grande pelo PP, afastado do cargo), Mário César (vereador pelo PMDB e ex-presidente da Câmara), José Airton Saraiva (vereador pelo DEM), Flávio César (vereador pelo PSDB), André Puccinelli (ex-governador pelo PMDB e ex-prefeito da capital), Nelson Trad Filho (ex-prefeito da capital), Luiz Pedro Guimarães (ex-candidato a vereador pelo PP); os empresários João Amorim, Carlos Naegele, João Baird e Raimundo Nonato de Carvalho (que também é ex-assessor de Olarte), além do procurador jurídico da Câmara Municipal André Scaff e do ex-diretor do Imti (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação), Fábio Machinsky.

Já por corrupção ativa, voltam a aparecer na lista Gilmar Olarte, João Amorim, João Baird, Mário César, Fábio Machinsky, Airton Saraiva e Flávio César. Por corrupção passiva, são denunciados os vereadores Edil Albuquerque (PMDB), Carlos Augusto Borges (PPS), Edson Shimabukuro (PTB), Gilmar da Cruz (PRB), Eduardo Romero (REDE), João Rocha (PSDB), Otávio Trad (PTB), Paulo Siufi (PMDB), além de Jamal Salém (PMDB) que foi também secretário de saúde na administração de Olarte e Alceu Bueno que era vereador à época da cassação, mas renunciou ao cargo após envolvimento em outro escândalo.

Coletiva a imprensa foi realizada na sede do MPMS na capital, e transmitida ao vivo pela internet (Foto: Divulgação)

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