Publicado em 14/09/2017 16h23
MP pede interdição de curtume por descarte irregular de resíduos
Estabelecimento fica no distrito de Indubrasil. Empresa nega qualquer irregularidade.
G1 MS
O Ministério Público pediu a interdição de um curtume que fica no distrito de Indubrasil, em Campo Grande, por descarte irregular de resíduos. A empresa nega qualquer irregularidade.
É um líquido escuro que sai da galeria e cai no córrego Imbirussu. O cheiro é muito forte, difícil de suportar.
A galeria começa do Núcleo Industrial do Indubrasil, onde há várias empresas que utilizam couro de gado no processo de produção. O engenheiro ambiental Guilherme Hollo diz que o descarte está irregular.
As marcas na galeria mostram que o problema acontece há um bom tempo. O biólogo José Milton Longo destacou que esses sedimentos são gordura, sebo, carcaça, couro, que deveriam ficar no processo produtivo na empresa .
Mas de onde saem esses resíduos? Um curtume da região é alvo de uma ação judicial porque não estaria cumprindo a legislação ambiental.
Entre multas e notificações, o curtume já recebeu 19. Em 2010, Ministério Público e a empresa firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas, de acordo com o MP, as obrigações não foram cumpridas.
O local chegou a ser interditado por duas vezes, em 2013 e 2015, mas a empresa conseguiu reverter a situação na justiça.
Na semana passada, o Ministério Público entrou com uma ação pedindo mais uma interdição do estabelecimento. O promotor de Justiça Luiz Antônio de Almeida disse que atividade de curtume é de alto impacto ambiental.
O advogado do curtume, Arlindo Muniz, explicou que, antes de fazer o descarte na galeria coletiva, os resíduos passam por tratamento. “A qualidade da água do córrego é essa, tem gordura, diferente da empresa. Não podemos assumir uma culpa que não é nossa. A qualidade da nossa água nós cuidamos.”
De acordo com Muniz, o TAC foi cumprido porque a empresa conseguiu a renovação da licença ambiental em 2015. A Justiça ainda precisa ouvir a defesa do curtume antes de tomar uma decisão.
A reportagem tentou manter contato com representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), o órgão municipal responsável pela fiscalização, mas a informação é de que a secretaria não vai se pronunciar agora porque o caso já está na Justiça.




















