MS registra menor número de incêndios desde 1998

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(Foto: Imasul)

Operação Pantanal 2025 reduz focos de calor e área queimada a níveis inéditos em quase três décadas

A Operação Pantanal 2025 apresentou resultados expressivos no combate e na prevenção aos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul. O balanço, divulgado nesta quarta-feira (3) no auditório do Imasul durante o 6º Seminário em Manejo Integrado do Fogo, mostra que o Estado deve fechar o ano com o menor número de focos de calor desde o início da série histórica, em 1998. O evento contou com representantes do Governo do Estado, Corpo de Bombeiros, PMA, Imasul e instituições parceiras.

Até 2 de dezembro, foram registrados 1.811 focos de calor no território sul-mato-grossense — número inferior aos 2.111 detectados no primeiro ano do monitoramento. Mesmo que ocorram novos registros até o fim de 2025, a tendência é de que o Estado encerre o ano com a menor incidência de queimadas em quase três décadas.

A área queimada também apresentou forte redução: 202.678 hectares foram atingidos pelo fogo em 2025, contra mais de 2,3 milhões de hectares consumidos pelas chamas em 2024, um dos piores anos já registrados. A queda é atribuída a ações estratégicas e preventivas adotadas pelo Governo do Estado, que consolidou um modelo integrado de atuação entre diversos órgãos.

Estratégia integrada garante avanço

Para o assessor da Semadesc e presidente do Comitê Estadual do Fogo, tenente-coronel Leonardo Congro, os números comprovam a eficácia do trabalho conjunto.

“Este é um ano que demonstra, de forma clara, que o esforço interinstitucional valeu a pena. As ações foram planejadas com antecedência, executadas com eficiência e avaliadas continuamente”, destacou.

Segundo Congro, a redução histórica é resultado de uma estratégia baseada em manejo preventivo, tecnologia e resposta rápida, envolvendo instituições estaduais, municipais, federais e privadas.

Prevenção, capacitação e resposta rápida

O Governo do Estado aponta um conjunto de fatores como determinantes para os bons resultados: maior conscientização da população, fortalecimento do trabalho interinstitucional, investimento em tecnologia e formação técnica. Somente em 2025, quase mil brigadistas foram capacitados em diferentes regiões.

O Corpo de Bombeiros detalhou que realizou manejo preventivo em 1.150 hectares, capacitou 221 bombeiros e formou 929 brigadistas. Na fase operacional, monitorou 924 eventos de fogo por satélite e combateu diretamente 88 deles, totalizando 1.105 ações de combate. No ano, 1.298 militares foram mobilizados, apoiados por 60 viaturas.

“O empenho das equipes permitiu combater muitos focos antes mesmo de serem registrados pelos sistemas de monitoramento”, afirmou o major Eduardo Teixeira, subdiretor de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros.

Fiscalização reforçada e integração inédita

A PMA e o Imasul destacaram uma integração inédita na fiscalização em 2025. Cerca de 750 vistorias foram realizadas, resultando em R$ 49 milhões em autuações. A maior parte das multas se deu por flagrantes de focos ativos detectados em tempo real.

O capitão André Leonel, da PMA, ressaltou que o monitoramento integrado entre as equipes e o Centro de Monitoramento do Imasul reduziu significativamente o tempo de resposta. “Com sistemas mais avançados, conseguimos identificar os focos quase instantaneamente e chegar ao local com rapidez, aumentando a eficácia das ações”, afirmou.

Governança ambiental fortalecida

Para o diretor-presidente do Imasul, André Borges, o desempenho recorde reforça a consolidação da governança ambiental no Estado. “Avançamos muito no monitoramento, na articulação e no uso de tecnologia para apoiar decisões. Investimos fortemente em prevenção, educação ambiental e manejo adequado do fogo”, explicou.

O gerente de Unidades de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes, destacou a realização de 1.500 hectares de queima prescrita e a ampliação da Sala de Situação, equipada com tecnologia de ponta.

“Essa combinação de prevenção, monitoramento e educação ambiental foi decisiva para reduzir os incêndios em 2025”, afirmou.

Comunicação e mobilização

Além da estrutura operacional, Tostes lembrou que a comunicação com a sociedade e a rápida mobilização das equipes contribuíram para evitar danos maiores.

Com redução significativa tanto nos focos quanto na área queimada, a Operação Pantanal 2025 consolida um novo patamar de eficiência no combate aos incêndios, reforçando o papel do trabalho integrado e da gestão ambiental estratégica na preservação do bioma.