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segunda-feira, 8 de setembro, 2025
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MS registra US$ 7,24 bilhões em exportações e carne bovina cresce 43,7% no ano

Mato Grosso do Sul alcançou US$ 7,24 bilhões em exportações entre janeiro e agosto de 2025, registrando crescimento de 3,26% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Carta de Conjuntura do Comércio Exterior de agosto, elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). O saldo da balança comercial estadual chegou a US$ 5,53 bilhões, 8,4% acima do registrado no ano passado.

Entre os principais produtos exportados, a celulose lidera a pauta com 29,9% de participação, seguida da soja em grão (27,2%) e da carne bovina fresca (15,07%). O setor de proteína bovina teve desempenho expressivo, registrando alta de 43,7% no acumulado de 2025 em relação a 2024, evidenciando a capacidade do segmento frigorífico em ampliar mercados mesmo diante do tarifaço dos Estados Unidos.

Somente em agosto, a China foi o principal destino da carne bovina sul-mato-grossense, comprando US$ 91 milhões. O Chile importou US$ 16,4 milhões, o México US$ 11,8 milhões, enquanto países como Israel, Turquia, Filipinas e Itália mantiveram participação significativa. Os Estados Unidos, que aplicaram tarifa de 50%, adquiriram US$ 7,6 milhões, ficando atrás de outros parceiros emergentes no mês.

Outros produtos também registraram crescimento relevante, como o minério de ferro, com alta de 32,8%, e a categoria “outros produtos” (resíduos vegetais, sucatas e desperdícios), que teve aumento de 806% em valores exportados.

No setor de importações, Mato Grosso do Sul registrou retração de 10,79%, totalizando US$ 1,66 bilhão. O gás natural liderou a pauta, representando 33,2% do total, seguido por cobre (7,9%) e máquinas e equipamentos para a indústria de celulose e papel.

A China consolidou-se como o principal destino das exportações estaduais, absorvendo 46,7% do total, seguida pelos Estados Unidos (5,4%), Itália (3,8%) e Argentina (3,5%). Entre mercados em expansão, a Argélia registrou crescimento de 44,7% em relação a 2024.

Nos portos brasileiros, Santos (SP) foi responsável por 39,2% das exportações do Estado, seguido por Paranaguá (PR) (32,6%) e São Francisco do Sul (SC) (11,6%). A Rota Bioceânica também apresentou crescimento: Corumbá exportou 6.255,9 toneladas, avanço de 58,16%, enquanto Porto Murtinho registrou alta de 162%, totalizando 370,1 toneladas.

O secretário Jaime Verruck, da Semadesc, destacou que os números refletem a força e o dinamismo do setor exportador do Estado. “Mesmo em um cenário de incertezas no comércio internacional, Mato Grosso do Sul conseguiu expandir suas vendas externas, com destaque para a carne bovina e para a diversificação de destinos. Esse desempenho reforça nossa competitividade e abre caminho para novos mercados”, afirmou.

Apesar da tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos, que reduziu em 61% as exportações para o país em agosto — puxadas pela queda de 46% na carne bovina e 92% na celulose —, os frigoríficos conseguiram redirecionar rapidamente a produção, mantendo o crescimento no acumulado do ano.

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