Mato Grosso do Sul segue com quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol, todos registrados em Campo Grande, conforme boletim divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Ministério da Saúde. Nos últimos três dias, não houve aumento nas notificações no estado. Outros sete casos já foram descartados em diferentes municípios: Caarapó (1), Campo Grande (2), Dourados (1), Ladário (1), Rio Brilhante (1) e Sidrolândia (1).
O Ministério da Saúde também investiga se uma morte ocorrida no Hospital Regional de Campo Grande, na semana passada, tem relação com o consumo de bebida adulterada.
No total, o país contabiliza 213 notificações de intoxicação por metanol, das quais 32 foram confirmadas — sendo 28 em São Paulo, 3 no Paraná e 1 no Rio Grande do Sul. Outros 181 casos permanecem sob investigação e 320 já foram descartados. Até o momento, cinco mortes foram confirmadas no estado de São Paulo (três na capital, uma em Osasco e outra em São Bernardo do Campo).
Antídoto inédito chega a Mato Grosso do Sul
Para reforçar o atendimento emergencial, o Ministério da Saúde distribuiu 2,5 mil ampolas do antídoto fomepizol a todos os estados e ao Distrito Federal. Mato Grosso do Sul recebeu 20 unidades do medicamento, que integra o estoque estratégico do SUS para o tratamento de intoxicações por metanol.
A aquisição, inédita no Brasil, foi realizada junto à subsidiária de uma empresa japonesa e concluída apenas oito dias após o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acionar o Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, o objetivo é garantir que todos os estados tenham acesso a duas opções de tratamento — o etanol farmacêutico e o fomepizol.
“O fomepizol é um medicamento seguro e eficaz. Ele impede que o metanol se transforme em ácido fórmico, que causa a acidose metabólica. A aquisição amplia a capacidade de resposta do SUS a casos de intoxicação”, explicou Simão.
A quantidade enviada a cada estado levou em conta a população do último censo do IBGE, para assegurar distribuição equilibrada e resposta rápida às emergências toxicológicas.
Produção limitada e reforço do estoque
Devido ao alto custo e à baixa demanda mundial, o fomepizol é produzido em pequena escala. O Brasil identificou fornecedores internacionais e contou com o apoio da Anvisa para viabilizar a compra emergencial.
Além disso, o Ministério da Saúde anunciou que receberá, nos próximos dias, a doação de 3,8 mil ampolas de etanol farmacêutico da empresa Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos, que se somarão às 4,3 mil já disponíveis nos hospitais universitários federais em parceria com a Ebserh.
Próxima atualização
O Ministério da Saúde deve divulgar um novo boletim de atualização sobre os casos de intoxicação por metanol na quarta-feira (15). Até lá, Campo Grande e Mato Grosso do Sul permanecem em estado de atenção, com os quatro casos suspeitos ainda sob análise e o reforço do antídoto já à disposição da rede estadual de saúde.