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sábado, 4 de outubro, 2025
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MS tem quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol, segundo Ministério da Saúde

Morte de jovem em Campo Grande é investigada

O Ministério da Saúde confirmou neste sábado (4) que quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol estão sob investigação em Mato Grosso do Sul, sendo três em Campo Grande e um em Ladário. Entre eles, há uma morte suspeita na Capital, que envolve o jovem Matheus Santana Falcão, de 21 anos.

A nova atualização integra o balanço nacional, que contabiliza 127 notificações de possíveis casos de intoxicação por metanol em todo o país, com 12 óbitos em investigação.

Jovem morreu após sintomas graves

Matheus morreu após dar entrada em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com sintomas compatíveis com envenenamento por metanol, como falta de ar, vômito e perda de consciência. Segundo familiares, ele havia consumido whisky e cachaça comprados em uma conveniência no Jardim Colibri, nos dias 27 e 28 de setembro.

Amostras de sangue e urina foram enviadas ao Lacen/MS (Laboratório Central de Mato Grosso do Sul) para análise, enquanto equipes da Polícia Civil, Procon e Vigilância Sanitária recolheram bebidas na casa da vítima e em estabelecimentos da região. Até o momento, nenhum exame confirmou a presença de metanol.

Ministério distribui antídotos ao Estado

Diante do aumento das notificações, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, medicamentos usados como antídotos em casos de intoxicação por metanol.

A distribuição dos lotes começou neste fim de semana e inclui Mato Grosso do Sul na primeira etapa, ao lado de Bahia, Pernambuco, Paraná e Distrito Federal. Segundo o ministro Alexandre Padilha, o reforço garante que nenhum paciente fique sem tratamento adequado, mesmo antes da confirmação laboratorial. “Os antídotos podem ser aplicados ainda na suspeita clínica, desde que sob prescrição e monitoramento médico”, explicou o ministro.

Fiscalização e medidas locais

Após a morte suspeita, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) emitiu recomendação oficial à Abrasel/MS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e à Amas (Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados), exigindo medidas rigorosas de controle na compra e comercialização de bebidas alcoólicas.

O promotor Luiz Eduardo Lemos de Almeida determinou que bares, restaurantes e supermercados:

  • adquiram bebidas somente de fornecedores com CNPJ ativo e nota fiscal;
  • verifiquem rótulos e lotes;
  • isolem produtos suspeitos e preservem amostras;
  • comuniquem imediatamente casos suspeitos à Vigilância Sanitária, à Polícia Civil e ao Ministério da Agricultura.

As entidades têm 10 dias úteis para informar as providências adotadas.

Operação Metanol em Campo Grande

MS tem quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol, segundo Ministério da Saúde

Na noite de sexta-feira (3), a Guarda Civil Metropolitana e a Vigilância Sanitária Municipal realizaram a Operação Metanol, vistoriando 12 bares na Rua 14 de Julho, região central de Campo Grande.

A ação, que contou com apoio da Semades (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), teve caráter preventivo e educativo. Nenhuma irregularidade foi encontrada.

Segundo o fiscal da Vigilância Sanitária, Atacino Teixeira, o objetivo é “garantir que nenhuma bebida adulterada chegue ao consumidor e evitar novas ocorrências de intoxicação”.

Alerta nacional

O Brasil já contabiliza 127 casos suspeitos de intoxicação por metanol relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, segundo o Ministério da Saúde. A pasta alerta que os sintomas incluem visão turva, náuseas, vômitos e perda de consciência, e que o atendimento médico deve ser imediato.

O governo federal também reforçou o pedido para que profissionais de saúde notifiquem imediatamente casos suspeitos, de modo a agilizar o tratamento e facilitar as investigações sobre a origem das bebidas adulteradas.

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