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sábado, 7 de junho, 2025
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Número de católicos cai em MS, enquanto evangélicos e religiões de matriz africana crescem

Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (6) pelo IBGE revela uma mudança significativa no perfil religioso da população de Mato Grosso do Sul. Apesar de ainda serem maioria, os católicos perderam espaço nos últimos 12 anos, enquanto evangélicos, adeptos de religiões de matriz africana e pessoas sem religião apresentaram crescimento.

Segundo os dados do Censo Demográfico de 2022, os católicos representavam 60,2% da população sul-mato-grossense em 2010. Em 2022, esse número caiu para 51,6%, uma queda de 8,6 pontos percentuais.

Número de católicos cai em MS, enquanto evangélicos e religiões de matriz africana crescem

Crescimento evangélico e das religiões afro-brasileiras

O avanço mais expressivo foi entre os evangélicos. Em 2010, eram 533.402 fiéis no estado. Em 2022, esse número saltou para 763.096 — um crescimento de 25,4%.

Outro destaque foi o aumento de pessoas que seguem religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé. Embora ainda representem uma parcela pequena da população, o número de adeptos cresceu 296,4% em 12 anos: de 0,13% da população em 2010 para 0,61% em 2022.

Já os espíritas viram uma redução: eram 2,0% da população em 2010 e passaram a 1,68% em 2022 — uma queda de 16,8%.

O grupo dos que se declaram sem religião teve leve alta, de 8,85% para 8,96%, o equivalente a 0,01 ponto percentual.


Distribuição por município

  • Católicos: Ainda são maioria em cidades como Taquarussu (76,3%) e Vicentina (74,8%). Em Campo Grande, capital do estado, 45,5% da população se declara católica.
  • Evangélicos: São maioria em Aquidauana, com 45,7% da população.
  • Espíritas: Têm maior concentração na capital (3%) e em Cassilândia (2,7%).
  • Religiões afro-brasileiras: Se destacam em Antônio João, com 2,44% dos habitantes.
  • Tradições indígenas: Têm maior presença em Douradina (2,8%).
  • Sem religião: Atingem o maior índice em Paranhos, com 27%.

Diferenças por idade e raça

O levantamento também revelou como as preferências religiosas variam entre faixas etárias:

  • Católicos: predominam entre os mais velhos — 65,3% dos que têm 80 anos ou mais.
  • Evangélicos: são mais numerosos entre os jovens de 10 a 14 anos (37,3%).
  • Sem religião: mais comuns entre jovens adultos (14,9% dos que têm entre 20 e 24 anos) e raros entre idosos (3,5% dos que têm 80 anos ou mais).

A análise por raça e cor revela que:

  • As religiões de matriz africana concentram a maior proporção de pessoas pretas.
  • O espiritismo é mais presente entre pessoas brancas.
  • As tradições indígenas têm, como esperado, predominância de autodeclarados indígenas (91,6%).

Uma sociedade em mudança

Os dados reforçam uma tendência nacional de diversificação religiosa e indicam que o panorama de crenças em Mato Grosso do Sul está em constante transformação. A pluralidade de fé e a perda do domínio tradicional do catolicismo refletem mudanças culturais, sociais e geracionais profundas no estado.

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