As obras de revitalização do complexo público da antiga Rodoviária de Campo Grande entraram na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). Publicação feita nesta quarta-feira (08) aponta que um inquérito civil foi aberto para apurar o andamento dos trabalhos, que acumula atrasos, aditivos contratuais e até mesmo falta de transparência na divulgação dos dados por parte da Prefeitura Municipal.
Denúncias feitas ao órgão fiscalizador revelam para uma baixa presença de operários no canteiro de obras. O Promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri detalhou que a manifestação que originou o inquérito foi registrada de forma sigilosa e destaca preocupações com a segurança pública e o impacto social da obra.
A reforma foi iniciada em junho de 2022, com prazo contratual de 360 dias, mas de lá para cá já passou por diversas prorrogações e tinha a previsão de conclusão para julho de 2025, porém, foi renovado para até o final deste ano. O contrato original tinha valor inicial de R$ 16,5 milhões, mas já foi aditivado para R$ 18,5 milhões.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) disse que a obra está financeiramente 47,05% concluída. A principal dificuldade está na ausência de previsão do sistema de ar-condicionado VRF, essencial para a finalização do acabamento. Uma nova licitação para esse item está em andamento.
No inquérito, o MPMS requisitou ao Município uma cópia integral do procedimento licitatório e do contrato com a empresa vencedora da licitação para a revitalização do complexo, além de documentos complementares. Também determinou a publicação de edital no Diário Oficial para que terceiros interessados possam apresentar informações.
A antiga rodoviária da Capital está localizado no quadrilátero das ruas Dom Aquino, Barão do Rio Branco, Vasconcelos Fernandes e Joaquim Nabuco. O espaço deverá abrigar a nova sede da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) e da Funsat (Fundação Social do Trabalho), trazendo maior movimentação para a região comercial.