Uma empresa de turismo religioso com sede em Dourados foi alvo da Operação Viagem Santa, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21). Segundo informações preliminares, o esquema criminoso usava da fé dos fiéis para o tráfico de drogas em viagens para São Paulo e também lavagem de dinheiro.
O site Dourados News acompanhou o trabalho das equipes policiais e da Receita Federal, que chegaram logo cedo a uma garagem localizada na Rua Araguaia, próximo da Avenida Hayel Bon Faker, e no escritório na Rua Onofre Pereira de Matos.
Esse foi um dos endereços alvos da operação, que envolve aproximadamente 86 policiais federais e servidores da Receita Federal para o cumprimento de 10 mandados de prisão temporária (30 dias de detenção) e 14 mandados de busca e apreensão, tanto em Dourados quanto em Deodápolis.
Foram expedidas 44 ordens judiciais pela 2ª Vara Criminal de Durados, que também prevê o sequestro e bloqueio de mais de R$ 10 milhões em bens móveis e imóveis da organização criminosa, bem como de valores depositados em contas bancárias dos investigados, e 12 ônibus avaliados em mais de R$ 11 milhões.
As investigações tiveram início em 2019 após a Polícia Federal com o apoio da Polícia Rodoviária Federal apreender em um ônibus de turismo com mais de meia tonelada de cocaína transportada em um compartimento oculto.
“Ao longo das investigações logrou-se êxito em documentar outras duas apreensões com quase 400 quilos de maconha, também em veículos de transporte de passageiros, todos com destino a cidade de São Paulo/SP. Todas as empresas envolvidas nas apreensões são sediadas na cidade de Dourados/MS. Nas oportunidades em que ocorreram as apreensões apenas os motoristas de tais veículos foram responsabilizados pelo transporte da droga”, informou a PF.
Os federais apontam três núcleos na organização criminosa, um responsável pela logística de carregamento e transporte da droga, outro pelo agenciamento das viagens e pelo recrutamento dos passageiros, por fim o encarregado pela lavagem de dinheiro.
A fim de não chamar a atenção das autoridades um estratagema foi criado pelos empresários envolvidos no esquema. Fiéis eram levados gratuitamente a cidade de Aparecida/SP para excursão relegiosa.
“Segundo a estória criada pelo núcleo de ORCRIM [organização criminosa] responsável pelo agenciamento das viagens e pelo recrutamento dos passageiros um pagador de promessas estava financiado a viagem para a cidade de Aparecida/SP e como tal todas as despesas de transporte, alimentação e hospedagem seriam custeadas por esse. Na verdade, todos os custos da viagem eram bancados com o lucro da venda da droga que era transportada nos ônibus da ORCRIM”, pontua.











