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quinta-feira, 20 de novembro, 2025
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Ônibus de excursão religiosa usava da fé para transportar drogas

Uma empresa de turismo religioso com sede em Dourados foi alvo da Operação Viagem Santa, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (21). Segundo informações preliminares, o esquema criminoso usava da fé dos fiéis para o tráfico de drogas em viagens para São Paulo e também lavagem de dinheiro. 

O site Dourados News acompanhou o trabalho das equipes policiais e da Receita Federal, que chegaram logo cedo a uma garagem localizada na Rua Araguaia, próximo da Avenida Hayel Bon Faker, e no escritório na Rua Onofre Pereira de Matos. 

Esse foi um dos endereços alvos da operação, que envolve aproximadamente 86 policiais federais e servidores da Receita Federal para o cumprimento de 10 mandados de prisão temporária (30 dias de detenção) e 14 mandados de busca e apreensão, tanto em Dourados quanto em Deodápolis. 

Foram expedidas 44 ordens judiciais pela 2ª Vara Criminal de Durados, que também prevê o sequestro e bloqueio de mais de R$ 10 milhões em bens móveis e imóveis da organização criminosa, bem como de valores depositados em contas bancárias dos investigados, e 12 ônibus avaliados em mais de R$ 11 milhões. 

As investigações tiveram início em 2019 após a Polícia Federal com o apoio da Polícia Rodoviária Federal apreender em um ônibus de turismo com mais de meia tonelada de cocaína transportada em um compartimento oculto.

“Ao longo das investigações logrou-se êxito em documentar outras duas apreensões com quase 400 quilos de maconha, também em veículos de transporte de passageiros, todos com destino a cidade de São Paulo/SP. Todas as empresas envolvidas nas apreensões são sediadas na cidade de Dourados/MS. Nas oportunidades em que ocorreram as apreensões apenas os motoristas de tais veículos foram responsabilizados pelo transporte da droga”, informou a PF.

Ônibus de excursão religiosa usava da fé para transportar drogasOs federais apontam três núcleos na organização criminosa, um responsável pela logística de carregamento e transporte da droga, outro pelo agenciamento das viagens e pelo recrutamento dos passageiros, por fim o encarregado pela lavagem de dinheiro.

A fim de não chamar a atenção das autoridades um estratagema foi criado pelos empresários envolvidos no esquema. Fiéis eram levados gratuitamente a cidade de Aparecida/SP para excursão relegiosa.

“Segundo a estória criada pelo núcleo de ORCRIM [organização criminosa] responsável pelo agenciamento das viagens e pelo recrutamento dos passageiros um pagador de promessas estava financiado a viagem para a cidade de Aparecida/SP e como tal todas as despesas de transporte, alimentação e hospedagem seriam custeadas por esse. Na verdade, todos os custos da viagem eram bancados com o lucro da venda da droga que era transportada nos ônibus da ORCRIM”, pontua.

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