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quinta-feira, 8 de maio, 2025
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Operação no Carandiru mostrou que não existe nenhum lugar onde a polícia não possa entrar, diz delegado-geral da PCMS

Drogas, armas e até mesmo uma grande quantia em dinheiro foram apreendidos pela Polícia Civil na operação “Abra-te Sésamo”, desencadeada na manhã dessa terça-feira (06) em um condomínio invadido há quase 30 anos na região do bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande. A ação envolveu 50 viaturas, entre elas um helicóptero, e 273 policiais civis de várias delegacias especializadas.

Em coletiva de imprensa para apresentar os números finais da investida, o delegado-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel de Oliveira Filho, explicou que o objetivo inicial foi o de dar cumprimento à 46 mandados de busca e apreensão de pessoas que residem no complexo habitacional conhecido pelo nome de Carandiru em alusão ao extinto presídio carioca.

Foram 13 pessoas presas, das quais 11 por flagrante delito e outras duas em decorrência de cumprimento de mandados. Os presos responderão pelos crimes de tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e receptação. Os números finais apontam ainda que foram apreendidos 12kg de maconha, 2kg de cocaína, duas armas, 50 munições e R$ 20 mil em dinheiro.

As investigações tiveram início em agosto de 2022, a partir de ocorrências de crimes patrimoniais (roubos e furtos), praticados na região de abrangência da 3ª DP. Após o levantamento inicial dos dados, foi representado pelos mandados de prisão e o pedido foi deferido pela 3ª Vara Criminal de Campo Grande.

O Carandiru é composto por 44 apartamentos e duas casas térreas e existia uma narrativa de que nenhuma força policial podia entrar no local. “Neste sentido, a operação veio demonstrar que não existe nenhum lugar que a Polícia Civil e demais forças policiais juntas não possam entrar”, reforçou o Roberto Gurgel.

Operação no Carandiru mostrou que não existe nenhum lugar onde a polícia não possa entrar, diz delegado-geral da PCMS
Alguns dos produtos de origem furtada apreendidos nos apartamentos (Foto: PCMS)

A equipe envolvida destacou que desde o início do planejamento da ação foi pensado também nos moradores que vivem no local, mas que não se dão a prática de ilícitos. Houve suporte da Assistência Social e Defesa Civil para que pudessem também analisar o contexto de vida dos moradores e quais ações podem ser feitas para melhorar as condições atuais.

Segundo Gurgel, esta foi apenas a primeira etapa. “O próximo passo será fazer os devidos encaminhamentos aos demais órgãos envolvidos e que têm competência para cuidar das outras ações”, comentou. O diretor do Departamento de Polícia da Capital, delegado Wellington de Oliveira, frisou ainda que no final da operação os policiais serviram lanche aos moradores.

Quanto ao nome usado na operação, a Polícia Civil explicou que faz analogia ao conto de Ali Babá e os 40 ladrões, do livro As mil e uma noites, em que o jovem, em uma de suas viagens, enquanto descansava, ouviu vozes distantes, quando, ao aproximar-se, deparou-se com 40 ladrões, que se encontravam em frente a uma enorme pedra.

Em determinado instante, um deles bradou, “abre-te, sésamo”, momento em que a pedra se moveu, revelando a entrada de uma caverna. Nesta caverna eram guardados os objetos dos crimes praticados pelos ladrões, que os guardavam naquele local, onde ninguém conseguiria entrar, apenas os integrantes do grupo.

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