Quatro alvos da Operação Spotless continuam foragidos, segundo revelou o balanço divulgado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). A investida foi deflagrada na manhã dessa terça-feira(09) e culminou na prisão de 12 pessoas, entre essas, o prefeito de Terenos Henrique Wancura (PSDB).
Ao todo, foram 16 mandados de prisão expedidos e outros 59 de busca e apreensão contra servidores, agentes públicos, empresários do ramo da construção civil e até mesmo um corretor de imóveis. As ordens foram cumpridas em Terenos e também em Campo Grande. Dos 12 presos, nove foram transferidos para o Presídio de Trânsito, na Máxima.
Segundo o MPMS, a organização criminosa era voltada à prática de crimes contra a Administração Pública na Prefeitura de Terenos, liderada por um agente público. O MPMS não confirmou quem seria e qual o cargo exercia, mas era o principal articulador do esquema, que contava ainda com núcleos de atuação bem definidos.
O grupo se valia de servidores públicos corrompidos para fraudar o caráter competitivo de licitações públicas, direcionando os respectivos certames para beneficiar empresas participantes do esquema delituoso, mediante a elaboração de editais moldados e por meio de simulação de competição legítima, em contratos que, somente no último ano, ultrapassaram a casa dos R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais).
O esquema envolvia também o pagamento de propina aos agentes públicos que, em típico ato de ofício, atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, como ainda aceleravam os trâmites administrativos necessários aos pagamentos de notas fiscais decorrentes de contratos firmados entre os empresários e o poder público.
Durante os trabalhos, o MPMS valeu-se de provas obtidas, especialmente o conteúdo extraído de alguns telefones celulares apreendidos na Operação Velatus, compartilhadas mediante autorização judicial, que revelaram o modus operandi da organização criminosa e possibilitaram que se chegasse até o líder do esquema.
