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quarta-feira, 21 de maio, 2025
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Operação Vox Veritatis apreendeu mais de meio milhão de reais com envolvidos no esquema de corrupção da SED

Mais de meio milhão de reais em espécie foram apreendidos pela Polícia Federal durante os cumprimentos dos mandados de busca e apreensão na Operação Vox Veritatis, desencadeada nessa quarta-feira (21) para apurar um esquema de corrupção nos contratos firmados por empresas com a Secretaria do Estado de Educação (SED) nos anos de 2021 e 2022, durante a gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Ao todo, foram R$ 510.200,00 apreendidos nas casas, escritórios e sede de empresas localizadas em Campo Grande e no Rio de Janeiro (RJ). Os mandados foram expedidos contra cinco pessoas. Em apenas um local, no bairro Ipanema, na cidade fluminense, R$ 146.800,00 foram encontrados em um cofre. Naquele estado, mas em endereços não divulgados, foram apreendidos 16,7 mil euros, 2.692 dólares e 1.235 libras.

Segundo a PF, esse empresário tem firmas tanto em Mato Grosso do Sul quanto no estado do Rio de Janeiro, especialmente no ramo de calçados. O irmão dele trabalha na área da comunicação e marketing no estado sul-mato-grossense, com contrato em vigor envolvendo órgãos públicos. Nos imóveis, os policiais ainda apreenderam documentos e veículos de luxo.

Outro alvo ocupou o cargo de secretário-adjunto da SED e está entre os investigados na Operação Turn Off, deflagrada em 29 de novembro de 2023 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) sobre um esquema de corrupção, com superfaturamento de contratos na mesma SED. Na época, foi exonerado dois dias depois que ofensiva aconteceu.

Durante o cumprimento dos mandados, a PF esteve em um apartamento na Rua das Garças, onde achou um cofre contendo R$ 363.400,00 em espécie. Para acessar a unidade, foi preciso arrombar a porta. O apê está no nome de outro envolvido no esquema, que também já é alvo de outra operação, a Terceirização de Ouro, de dezembro de 2022, que apurou fraudes em contratos com TCE-MS.

Operação Vox Veritatis

Equipes da PF, da CGU (Controladoria Geral da União) e da Receita Federal estiveram em diferentes endereços ao longo das primeiras horas desta manhã para cumprir nove mandados de busca e apreensão em cidades de Mato Grosso do Sul e também do Rio de Janeiro. Entre os alvos estão imóveis residenciais e sedes de empresas e prestadoras de serviços que tinham contrato com a SED.

No esquema, segundo a PF, empresários e servidores da SED manipulavam os contratos e as atas de registro de preços de outros órgãos públicos. Os fornecedores obtinham a garantia de que seriam contratados pela SED e, em contrapartida, pagavam uma comissão de 5% sobre o valor contratado aos empresários que faziam a intermediação com a SED. Parte dessa comissão era repartida com os servidores.

Em dois contratos o desvio chegou aos R$ 20 milhões, mas os investigadores acreditam que o valor total pode ser ainda maior. A operação é desdobramento de investigações anteriores, como a Operações Mineração de Ouro e Terceirização de Ouro. O nome Vox Veritatis é uma expressão latina para “voz da verdade” e foi escolhido para simbolizar o papel das instituições na revelação de fraudes ocultas.

Em nota distribuída à imprensa na manhã dessa quarta-feira (21), o Governo do Estado de Mato Grossodo Sul disse que acompanha os desdobramentos da Operação Vox Veritatis, desencadeada pela Polícia Federal contra um esquema de corrupção em contratos firmados com a Secretaria do Estado de Educação (SED) nos anos de 2021 e 2022, na gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Na versão do Governo, até o momento, nem a SED ou servidores ativos foram alvos diretos dos mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos. “As providências legais cabíveis serão tomadas tão logo tenhamos acesso e/ou haja andamento no processo”, destacou. “Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e lisura na gestão pública e reforçamos os instrumentos de controle e combate às ilicitudes”, completa a nota.

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