A população brasileira permanece dividida sobre o destino do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste sábado (2), 48% dos entrevistados são favoráveis à prisão do ex-presidente por sua suposta participação na tentativa de golpe após as eleições de 2022. Por outro lado, 46% são contra, e 6% não souberam opinar.
Apesar do quase empate nas opiniões, a expectativa predominante ainda é de que Bolsonaro não será condenado: 51% acreditam que ele escapará da cadeia, contra 40% que apostam em uma futura prisão.
Leve oscilação desde abril
Os números representam uma leve oscilação em relação à pesquisa anterior, realizada em abril. Na ocasião, 52% defendiam a prisão de Bolsonaro, enquanto 42% eram contrários. Agora, a diferença entre os dois grupos praticamente desapareceu, revelando um cenário de polarização persistente.
- A favor da prisão: 48% (em abril, 52%)
- Contra a prisão: 46% (em abril, 42%)
- Não sabem: 6% (sem variação)
A expectativa de que o ex-presidente não será preso também se manteve estável: em abril, eram 52%; agora, são 51%. Os que acreditam na condenação passaram de 41% para 40%.
Perfil dos entrevistados
A pesquisa revelou diferenças significativas entre os grupos favoráveis e contrários à prisão de Bolsonaro:
Mais favoráveis à prisão:
- Pessoas com renda de até dois salários mínimos;
- Moradores da região Nordeste;
- Eleitores identificados com o PT.
Mais contrários à prisão:
- Evangélicos;
- Moradores da região Sul;
- Classe média mais baixa;
- Eleitores bolsonaristas.
Julgamento e acusações
Jair Bolsonaro será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de ter liderado uma articulação para se manter no poder mesmo após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que a tentativa de golpe envolveu civis, militares e políticos, culminando nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas em Brasília. Bolsonaro nega todas as acusações.
A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, com 2.044 entrevistas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.