Após derrota por 3 a 0 em Quito, time de Abel Ferreira precisa de goleada no Allianz Parque para manter vivo o sonho do tri continental
O Palmeiras entra em campo nesta quinta-feira (30), às 21h30 (de Brasília), no Allianz Parque, com uma das missões mais desafiadoras de sua história recente na Copa Libertadores. Após perder por 3 a 0 para a LDU em Quito, o time de Abel Ferreira precisa vencer por quatro gols de diferença para se classificar diretamente à final, ou por três para levar a decisão para os pênaltis.
O momento é de pressão máxima. Mesmo após assumir a liderança do Brasileirão, o Verdão vive um jejum de três partidas sem vitória — duas derrotas e um empate — e chega ao duelo sob questionamentos sobre desempenho e poder de reação. No último domingo (26), empatou sem gols com o Cruzeiro em casa, ampliando a seca ofensiva para dois jogos consecutivos sem marcar.
Abel convoca torcida e fala em “noite mágica”
Apesar da situação difícil, o técnico português mantém o discurso otimista e aposta na força da torcida. “Na quinta-feira, preparem-se para uma noite mágica. Convoco nossos torcedores para que não parem de cantar pela nossa equipe. Nós somos a equipe da virada e tenho fé que algo mágico vai acontecer. Não me perguntem como, mas é isso que eu acredito”, declarou Abel após o empate com o Cruzeiro.
Desde que chegou ao Palmeiras, em novembro de 2020, Abel Ferreira acumula títulos e feitos históricos, mas nunca precisou reverter uma derrota tão ampla em mata-matas continentais. A tarefa é inédita — e carrega o peso de uma temporada de altos investimentos e cobranças crescentes.
Desfalques e instabilidade ofensiva
O treinador português não contará com Weverton, Paulinho e Lucas Evangelista, que seguem no departamento médico. Por outro lado, Aníbal Moreno pode aparecer entre os titulares, disputando posição com Bruno Fuchs e Emiliano Martínez.
No ataque, a fase é de queda de rendimento. Flaco López e Vitor Roque, que somaram 13 gols em dez partidas no auge da temporada, não balançam as redes há três jogos. O clube tenta resgatar a confiança após o revés considerado “catastrófico” no Equador, que expôs a instabilidade emocional do elenco.
A diretoria também vive momento de cobrança: o Palmeiras investiu R$ 688 milhões em reforços em 2025, o maior valor já gasto em um único ano, e espera retorno esportivo imediato.
Allianz como trunfo e símbolo de fé
O apoio da torcida será o grande aliado do Verdão. Mais de 40 mil palmeirenses são esperados no Allianz Parque, que já foi palco de noites épicas. O clube aposta na força em casa, onde acumulou atuações dominantes nas fases anteriores.
O ambiente, porém, também pode pesar. No livro Cabeça Fria, Coração Quente, Abel relembrou o sufoco diante do River Plate em 2020, quando o time quase desperdiçou vantagem de 3 a 0 e sofreu para avançar. “Entramos no jogo altamente inibidos pelo medo de perder”, escreveu o técnico.
LDU confiante e descansada
A LDU, comandada pelo brasileiro Tiago Nunes, chega a São Paulo descansada e embalada pela vitória em Quito. O time não atuou no fim de semana, pois seu jogo pelo Campeonato Equatoriano foi adiado. O lateral Bryan Ramírez está suspenso, mas a base titular será mantida, com destaque para o goleiro Alexander Domínguez, um dos heróis da partida de ida.
Os equatorianos reconhecem a pressão que enfrentarão no Allianz, mas prometem postura defensiva sólida. Em toda sua história, a LDU sofreu derrotas por três ou mais gols em solo brasileiro apenas seis vezes.
Virada ou fim de ciclo
O Palmeiras chega a uma encruzilhada: ou constrói uma das maiores viradas da história da Libertadores, ou encerra a temporada com mais uma decepção internacional. Para Abel Ferreira, o jogo desta quinta-feira é mais do que uma semifinal — é um teste de fé, reação e identidade.
A promessa está feita: o Allianz Parque será palco de uma noite mágica. Resta saber se o Verdão transformará o sonho em realidade — ou se a LDU manterá o Brasil com apenas um representante na final continental.











