A partir da próxima segunda-feira (18), o PAM (Pronto Atendimento Médico) do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), em Campo Grande, não irá mais receber pacientes na chamada demanda espontânea, ou seja, quando se procura pelo atendimento indo diretamente ao local, sem ter a regulação de outra unidade de saúde.
A decisão é da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e foi anunciada nesta sexta-feira (15) como parte do novo modelo organizacional da Rede Pública, baseado nas diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde). Conforme consta, o PAM irá atender exclusivamente pessoas encaminhadas pela Central de Regulação de Vagas.
O novo modelo organizacional prevê que cada nível de atendimento, desde a atenção básica até a alta complexidade, seja utilizado de forma ordenada e conforme sua vocação. No caso do HRMS, a função principal é atender casos de alta complexidade, como cirurgias de grande porte e tratamentos especializados.
Por conta disso, a população que precisar do atendimento de urgência ou emergência simples deve procurar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou o CRS (Centro Regional de Saúde), onde será feito o atendimento inicial e, se necessário, o encaminhamento regulado para o HRMS ou outro hospital de referência.
Em sua fala, o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, comentou que a demanda espontânea estava tirando o foco do HRMS, que são casos mais graves. “Um hospital de alta complexidade deve ser voltado exclusivamente para atendimentos que exigem esse nível de cuidado. O Regional ficará integralmente dedicado aos casos complexos”.
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A medida atende à Resolução nº 598/CIB/SES, que define parâmetros de resolutividade e complexidade para cada tipo de hospital. Hoje, muitos hospitais de referência são ocupados por casos que poderiam ser tratados em unidades de menor complexidade, o que gera sobrecarga, alto custo e impacto na qualidade do atendimento.
A proposta, chamada de Nova Arquitetura da Saúde, organiza os serviços em uma rede hierarquizada e regionalizada:
• Cidades pequenas terão foco na atenção primária, com atendimento em UBS, vacinação, acompanhamento de doenças crônicas e consultas com clínicos gerais;
• Cidades médias passam a fortalecer a atenção secundária, com especialistas, exames de maior complexidade e urgência/emergência;
• Cidades grandes concentram a alta complexidade, como cirurgias especializadas, cuidados intensivos, transplantes e atendimento de casos de alta gravidade.
“Ao reorganizar a rede, estamos garantindo que cada nível de atenção do SUS cumpra plenamente seu papel: a atenção primária, nas UBS, voltada para prevenção e cuidados básicos; a média complexidade, com especialistas e exames mais complexos; e a alta complexidade, nos hospitais de referência, preparada para procedimentos de alto custo e tecnologia avançada”, afirmou Marielle Alves Corrêa Esgalha, diretora-presidente da Fundação Serviços de Saúde de MS.