Para incluir mulheres no segmento de tecnologia, empresa realizou seleção exclusiva para acadêmicas

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Seleção exclusiva para acadêmicas. (Foto/Divulgação)

Iniciativa selecionou seis estudantes que serão preparadas para o mercado

Conhecido por ser tradicionalmente dominado pelos homens, o segmento de tecnologia vem, pouco a pouco, sendo conquistado também pelas mulheres. Segundo pesquisa realizada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a participação feminina na área cresceu 60% nos últimos cinco anos, passando de 27,9 mil trabalhadoras para 44,5 mil, nesse período.

A estatística está longe de ser ideal, uma vez que as mulheres ainda ocupam apenas 20% dos cargos deste mercado tão promissor. Pensando nisso, algumas empresas têm realizado programas de incentivo para que essas profissionais possam se inserir no mercado. Um bom exemplo disso é a Digix, empresa de tecnologia, que lançou neste semestre o Impulse Girls, um programa de estágio, que nasceu do desejo de atrair mais mulheres para os cargos de Desenvolvimento dentro da área de Tecnologia da Informação. Foram abertas 6 vagas remotas de estágio que logo foram preenchidas, contemplando estudantes de cursos superiores da área de TI em todo o Brasil.

Uma das selecionadas foi a estudante de Engenharia da Computação, Milena Tavares, que é moradora de Águia Branca, no interior do Espírito Santo, e ficou sabendo do Impulse Girls pelo LinkedIn, rede social de networking e empregos. “Como não existiam muitas oportunidades de estágio na área no meu estado, comecei a buscar por vagas remotas em outras localidades”, conta. Para ela, ser selecionada em um processo seletivo pensado para dar oportunidades para mulheres foi motivo de alegria. “Na universidade onde estudo, os cursos de Computação são compostos em sua maioria por estudantes e professores homens. Ver a preocupação em inserir mulheres neste mercado é gratificante”, pontua. 

Alexya Moraes, acadêmica de Engenharia de Software na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, também selecionada, acredita que o Impulse Girls é uma boa iniciativa não apenas para as mulheres, mas também para o mercado. “Dando mais espaço para essas profissionais, elas podem mostrar todo o seu potencial e ajudar as empresas a crescerem. Além disso, grande parte das vagas pede trabalhadores que já tenham experiência e, como ter, se não temos chances de trabalhar? Isso complica muito”, desabafa. 

Para a seleção do Impulse Girls, não era necessário que as candidatas tivessem experiência na área. O objetivo, segundo Tathyanne de Almeida, gerente para Pessoas da Digix, é capacitar as selecionadas que, trabalhando em diferentes times, podem aprender por meio de atividades práticas. “Após o período de estágio, a ideia é que essa profissional possa ser efetivada ou que esteja pronta para atuar em outras empresas do mercado”, pontua.

Para o tech leader Renan Siravegna Moreira, contar com a participação das selecionadas no Impulse Girls tem trazido ótimos resultados. “É uma turma bem promissora. Todas estão evoluindo muito rápido e executando as tarefas com bom desempenho. Isso reafirma que ações como essa da Digix são necessárias. É importante fomentar e criar mais abertura para mulheres na TI”.

Novo ciclo – Segundo pesquisa realizada pelo LinkedIn, com a pandemia, o segmento de tecnologia criou 20% dos postos de trabalho remotos em 2020 e está entre as 15 categorias de emprego que mais contrataram profissionais no Brasil. Foi exatamente nesse período que a estudante, Samantha Ariel Catonio, decidiu mudar seus rumos profissionais. Formada em Administração e Psicologia, e atuando no segmento de Recursos Humanos há mais de 10 anos, ela vislumbrou na tecnologia um novo rumo para sua vida profissional. “Eu já estava insatisfeita com as poucas chances de crescimento que o RH me oferecia e na pandemia tive um clique! Passei a pesquisar sobre novas carreiras e decidi arriscar”, conta. Hoje, Samantha está no segundo semestre de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e também foi uma das selecionadas. “Está sendo uma oportunidade importante para mim, pois não é apenas um estágio, mas uma chance de aprender de verdade. Durante o programa nós aprendemos na prática a trabalhar no segmento, colocando a mão na massa mesmo”, afirma. 

A gerente Tathyanne de Almeida comenta que é exatamente isso que o Impulse Girls pretende: permitir que cada vez mais mulheres possam ocupar seus espaços nesse mercado e possam revelar seu potencial. “Além disso, somos uma empresa de TI liderada por uma mulher e que acredita na relevância de iniciativas que promovam a equidade de gênero”, pontua.

Suely Almoas, CEO da Digix, é uma das poucas mulheres profissionais de tecnologia em cargos de liderança no país e, por saber de perto como funciona o mercado, decidiu incentivar essa atitude, começando por sua empresa.  “Espero que a presença feminina seja cada vez maior nesse segmento, ainda tão dominado pelos homens. Nós da Digix acreditamos que dar condições de igualdade para todos é extremamente importante para a evolução da nossa sociedade”, explica.

Serviço

A primeira edição do Impulse Girls foi um sucesso e deve ter novas edições nos próximos anos. Para saber mais sobre a Digix, acesse www.digix.com.br.