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segunda-feira, 17 de novembro, 2025
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Paraguaio considerado Guarani-Kaiowá matou indígena no confronto de Iguatemi

O indígena Vicente Fernandes, 36 anos, foi morto por um tiro na nuca disparado por outro indígena da mesma comunidade, segundo nota divulgada nessa segunda-feira (17) pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). A Polícia Federal está à frente das investigações.

O autor teria disparado contra a vítima no mesmo momento em que um grupo de pistoleiros invadiu o acampamento dos Guarani-Kaiowás em uma fazenda na área de retomada Pyelito Kuê, região de Iguatemi, na madrugada de domingo (16). A suspeita é de que ele trabalhava como pistoleiro.

Ainda segundo as autoridades, o autor do crime tem nacionalidade paraguaia, mas é casado com uma indígena que vivia naquela mesma área até pouco tempo. Por conta dessa comunhão, ele passou a ser reconhecido como integrante do povo indígena sul-mato-grossense.

Além de Vicente, um funcionário da fazenda ocupada pelos indígenas também foi morto no confronto. Ele foi identificado como sendo Lucas Fernando da Silva, de 23 anos. Já Eliéber Riquelme Ramires, resgatado com ferimentos, foi transferido para Dourados. Um adolescente indígena de 14 anos foi baleado no braço, mas fugiu do hospital.

A PF apreendeu duas espingardas calibre 12 usadas por seguranças privados da fazenda ocupada. Os peritos também recolheram cápsulas, material biológico e ouviram indígenas que estavam no local. Além do autor do homicídio contra o indígena, uma segunda pessoa também foi presa pelo confronto.

Entenda

O confronto entre indígenas e pistoleiros, supostamente pagos por fazendeiros da região, invadiu o acampamento montado na fazenda particular. Eles incendiaram 10 barracos e houve confronto com disparos de tiros. O caso ganhou ampla repercussão na imprensa nacional e internacional.

O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) destacou, em nota, que a ação teria sido conduzida por pistoleiros. Já o Governo Federal acionou os órgãos de segurança e enviou equipes do DEMED (Departamento de Mediação e Defesa) para acompanhar o caso de perto. A Polícia Federal também foi deslocada para a área.

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