O Brasil registrou 68.159 pedidos de refúgio em 2024, número 16,3% superior ao total do ano anterior. Os dados fazem parte do relatório Refúgio em Números 2025, divulgado nesta sexta-feira (13) em Brasília pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, com base em informações do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra).
De acordo com o levantamento, pessoas de 130 nacionalidades diferentes solicitaram refúgio no país. Os maiores volumes de pedidos vieram de venezuelanos (27.150), cubanos (22.288) e angolanos (3.421). O documento destaca, inclusive, o crescimento “expressivo” nas solicitações feitas por cidadãos de Cuba, que aumentaram 94,2% em relação a 2023.
Perfil dos solicitantes
A maioria dos solicitantes em 2024 foi de homens (59,1%), enquanto as mulheres representaram 40,9%. Entre os venezuelanos, no entanto, as mulheres tiveram ligeira maioria: 43% contra 37,6% de homens. A faixa etária mais presente entre os solicitantes foi a de 25 a 39 anos, com predominância masculina (63,2%). Já entre as mulheres, 24,3% tinham menos de 15 anos.
Reconhecimento de refugiados
O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, reconheceu 13.632 pessoas como refugiadas em 2024. A maior parte desses reconhecimentos foi de venezuelanos, que representaram mais de 93% do total. Outros países com presença significativa foram Afeganistão, Colômbia e Síria.
Do total de pessoas reconhecidas como refugiadas, 55,9% eram homens e 43,9% mulheres. Crianças, adolescentes e jovens com até 18 anos corresponderam a 41,8% dos reconhecidos. O grupo com menos de 15 anos foi o mais expressivo tanto entre homens (31,4%) quanto entre mulheres (37,6%).
Distribuição geográfica
As decisões do Conare sobre pedidos de refúgio se concentraram majoritariamente na Região Norte, que respondeu por 44,4% dos casos. Entre os estados, São Paulo liderou com 36,1% das decisões, seguido por Roraima (35,6%) e Amazonas (5,1%).
O relatório reforça a importância do Brasil como país de acolhimento em meio a crises humanitárias internacionais e aponta para a necessidade de políticas públicas voltadas à integração e proteção de refugiados.