Pesquisadora da UFGD estuda inserção de venezuelanos no mercado de trabalho

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Com a interiorização de imigrantes venezuelanos no Brasil, Dourados foi uma das cidades a receber os estrangeiros. O fato suscitou na mestranda o interesse em pesquisar a inserção dessa população no mercado de trabalho local

Ao todo, desde 2018, 46,5 mil imigrantes venezuelanos foram interiorizados para 645 cidades brasileiras de todas as regiões do País, segundo informações do governo federal. Mato Grosso do Sul está entre os estados que receberam uma parte dessa população, que busca, principalmente, a inserção no mercado de trabalho e a melhora na qualidade de vida.

O percurso desses imigrantes é o tema da pesquisa “Fronteiras do trabalho: a inserção da população venezuelana no mercado de trabalho em Dourados – MS”, desenvolvida pela mestranda do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e bolsista da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Sara Selzler Favero, de 28 anos, que desde 2019 busca informações sobre essa população.

“A minha formação é em Ciências Sociais pela UFGD, aqui em Dourados, e a minha pós-graduação, o meu mestrado, é em Sociologia, também pela UFGD. O interesse em estudar os venezuelanos e sua inserção no mercado de trabalho surgiu em 2019. Na época, eu lecionava Sociologia em uma escola estadual, a Floriano Viegas Machado, que recebeu muitos alunos venezuelanos”, relembra Sara, que tem orientação do professor Marcos Antônio da Silva para desenvolver a pesquisa.

O contato com os imigrantes e suas lutas diárias inspiraram a mestranda a investigar mais sobre essa realidade. “Em Dourados já havia cerca de 1.800 imigrantes venezuelanos. Como o trabalho é essencial tanto para a nossa vida, para a nossa formação como indivíduo, como para a nossa sobrevivência em sociedade, pensei que seria um tema interessante para o mestrado. O trabalho perpassa por toda a nossa trajetória, sendo fundamental para a nossa existência”, ressalta.

Segundo Sara, ainda há questões específicas sobre a situação dos imigrantes venezuelanos no Brasil. “Alguns venezuelanos têm a formação de ensino superior, mas aqui não exercem a profissão”, frisa.

ETAPAS

Ainda na fase teórica da pesquisa, a bolsista ressalta que é essencial o apoio que tem recebido da Fundect. “A bolsa é fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, porque assim eu consigo ter uma dedicação exclusiva a ela”, pontua, enfatizando que a investigação é de extrema importância para a ciência de Mato Grosso do Sul, tendo em vista que “a crise migratória ganhou bastante visibilidade no século 21 e tem grandes impactos sociais, políticos, culturais e econômicos, tanto para o país de origem quanto para o país de destino”