Durante a Operação Tracker, o deputado federal Loeste Carlos, mais conhecido como Tio Trutis (PSL-MS, foi preso na manhã de ontem (12) pela Polícia Federal, por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. Além disso, os policiais encontraram na casa de Trutis a quantia de R$70 mil, sendo R$44 mil dentro de uma mala e o restante em um terno. A operação também investigava o atentado fake sofrido por ele em fevereiro deste ano.
Trutis declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de aproximadamente R$ 48 mil, sendo R$ 33 mil em espécie e o restante depositado em contas de dois bancos. Além da receita de campanha em R$ 55 mil, mas sua candidatura à prefeitura de Campo Grande foi indeferida devido a ausência de requisito de registro.
Além do dinheiro, os policiais encontraram na casa uma pistola 9 milímetros, um revólver calibre .357, um fuzil T4 de uso restrito e 406 munições de diversos calibres.
Foro Privilegiado
O deputado foi preso e depois solto no mesmo dia. Ele seria levado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde passaria por exame de corpo de delito antes de ser encaminhado ao presídio federal. Mas, no final da tarde de ontem (12), a ordem de soltura do investigado foi expedida pela ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A decisão de soltura foi baseada na Lei nº 13.965/2019, conhecida como “Pacote Anticrimes”, proposto no ano passado pelo então ministro Sergio Moro, que mudou a interpretação sobre os delitos de posse de arma de uso restrito – o fuzil apreendido com o deputado, no caso –, e posse de arma de uso proibido, além da compreensão sobre crimes hediondos. “A legislação passou divisar o regime de apenamento do porte ou posse de arma de fogo de uso restrito daquele que envolve arma de fogo de uso proibido”, afirmou.