A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, durante a Operação Cambota, deflagrada no Distrito Federal e em São Paulo. A ação é um desdobramento da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de cobranças ilegais em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Apontado como um dos operadores financeiros do esquema, Antunes deveria depor na próxima segunda-feira (15) à CPMI do INSS, instalada no Congresso Nacional. Também foi preso o empresário Maurício Camisotti, em São Paulo.
Além das prisões, a PF cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, entre eles no escritório e na residência do advogado Nelson Willians. Todas as ordens judiciais foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fraudes e valores bilionários
Segundo a Polícia Federal, o esquema teria causado prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A investigação apontou que aposentados e pensionistas eram incluídos de forma fraudulenta em associações e sindicatos, sem autorização, e tinham descontos indevidos em seus benefícios.
As apurações indicam a prática de crimes como obstrução de investigação, dilapidação e ocultação de patrimônio, além de tentativa de interferência nas apurações por parte de alguns investigados.
Alvos anteriores da investigação
A Operação Sem Desconto, realizada em abril, já havia resultado no afastamento de dirigentes e servidores do INSS, entre eles:
- Alessandro Stefanutto, então presidente do INSS;
- Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
- Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
- Jucimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios;
- Virgílio Oliveira Filho, Procurador-Geral junto ao INSS;
- além de um agente da PF, cujo nome não foi divulgado.
De acordo com relatório da corporação, Antônio Carlos Antunes atuava como intermediário financeiro das entidades envolvidas no esquema.