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sábado, 9 de agosto, 2025
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PIX em Garantia promete facilitar crédito para autônomos com juros menores a partir de 2026

O Banco Central anunciou avanços importantes na evolução do PIX, mesmo com a investigação aberta pelo governo dos Estados Unidos sobre o sistema brasileiro de pagamentos eletrônicos, conforme informações do Portal G1. Entre as novidades, destaca-se o lançamento do “PIX em Garantia”, previsto para 2026, que promete facilitar o acesso ao crédito para trabalhadores autônomos e microempreendedores.

Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, o “PIX em Garantia” funcionará como uma modalidade de crédito consignado, porém adaptada para a realidade dos autônomos, que não possuem carteira assinada. “O PIX em garantia se assemelha a um crédito consignado, mas para trabalhadores que não têm renda formal, como os empreendedores e autônomos”, explicou Galípolo.

Na prática, essa inovação permitirá que os trabalhadores e pequenos empresários utilizem seus recebíveis futuros via PIX — ou seja, transferências que irão receber — como garantia para empréstimos bancários. Os bancos poderão retirar os valores diretamente das contas dos tomadores de crédito no dia combinado, o que deve resultar em juros menores, similar ao que ocorre hoje com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores formais.

“Através da chave PIX, o banco pode avaliar o fluxo de receita mensal e usar esse fluxo como colateral para empréstimos”, completou o presidente do Banco Central.

Além do “PIX em Garantia”, o Banco Central segue avançando com outras funcionalidades dentro da chamada “agenda evolutiva” do PIX, incluindo:

  • PIX Agendado Recorrente: para pagamentos mensais automáticos, ideal para aluguel e outras despesas fixas;
  • PIX por Aproximação: que permite pagamentos aproximando o celular da máquina do lojista, semelhante ao pagamento por cartão;
  • PIX Automático: lançado recentemente, que facilita o pagamento de contas recorrentes como água, luz e mensalidades;
  • PIX Parcelado: previsto para setembro, que permitirá o parcelamento de compras para os 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito;
  • PIX Internacional: em desenvolvimento para ampliar pagamentos transfronteiriços de forma definitiva, com testes já em países como Argentina, Estados Unidos e Portugal.

Investigações e pressões internacionais

O sistema PIX está sob investigação do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), que aponta possíveis práticas desleais do governo brasileiro em relação a serviços de pagamento eletrônico. Embora o PIX não seja mencionado nominalmente, é o único sistema estatal desse tipo no Brasil.

Especialistas afirmam que a investigação está ligada à concorrência com grandes empresas tecnológicas e bandeiras de cartões de crédito americanas, mas não indicam motivos sólidos para restringir o PIX.

Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não pode “nem sonhar” em privatizar o PIX, reforçando que ceder às pressões internacionais seria abrir mão de uma tecnologia brasileira considerada estratégica para o país.

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