Plenário da Câmara deve votar denúncia de Temer na quarta-feira

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Publicado em 19/10/2017 06h10

Plenário da Câmara deve votar denúncia de Temer na quarta-feira

Ontem, a matéria foi rejeitada na CCJ por 39 votos contra 26

R7

A segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) deverá ser votada no plenário da Câmara dos Deputados na próxima quarta-feira (25).

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), assegurou na última quarta-feira (18) que a análise do caso será na próxima semana.

Em plenário, serão necessários os votos de 342 deputados para autorizar o STF (Supremo Tribunal Federal) a processar o presidente da República.

O número equivale a dois terços do total de 513 parlamentares da Casa, conforme determina a Constituição Federal.

Caso contrário, se os votos não atingirem 342, a ação será arquivada e será retomada após Temer deixar a Presidência (entenda no quadro abaixo).

Ontem, o Palácio do Planalto colaborou para criar outra crise com Maia, ao divulgar que um encontro fora da agenda com Temer teria sido para tratar do rito da votação da segunda denúncia.

Em seguida, o presidente da Câmara emitiu nota para desmentir o caso e provocar um recuo do Planalto. Auxiliares do presidente haviam dito, por mensagem, que o motivo do encontro seria o “rito da votação da próxima semana”.

Irritado com a versão do Planalto, Maia divulgou em seguida uma dura “nota de esclarecimento”, classificando a versão de falsa.

CCJ

Ontem à noite, a acusação de obstrução de justiça e organização criminosa foi rejeitada, por 39 votos a 26, na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.

O parecer contrário à denúncia precisava de 34 votos dos 66 integrantes da comissão. Recebeu 39, além de 24 contrários e uma abstenção. Na primeira denúncia, a base conquistou 42 votos.

O placar inferior ao registrado na apreciação da denúncia anterior já era esperado pelo governo. Após uma manobra do PSB, a líder do partido e aliada do Planalto, deputada Tereza Cristina (MS) foi substituída pelo oposicionista deputado Júlio Delgado (MG).

Com isso, a base governista teve três votos a menos do que o registrado na votação do parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).

Acusação contra Temer

Temer é acusado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de ser líder de uma organização criminosa e de obstrução de justiça por, supostamente, tentar impedir a delação do doleiro Lúcio Funaro.

A acusação fala sobre o pagamento de R$ 500 mil a Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer, após ser flagrado pela PF (Polícia Federal) recebendo dinheiro das mãos de Ricardo Saud, ex-executivo da J&F.

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) também são citados na denúncia pelo crime de organização criminosa.

Denúncia contra Temer será analisada no plenário
Alan Santos/18.10.2017/PR