22.8 C
Campo Grande
segunda-feira, 13 de outubro, 2025
spot_img

Polícia conclui que avião que caiu em Aquidauana bateu em árvore antes de incendiar

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul confirmou que o avião que caiu em Aquidauana, no Pantanal, na última terça-feira (23), colidiu com uma árvore antes de perder sustentação e incendiar. O acidente resultou na morte do arquiteto chinês Kongjian Yu, dos documentaristas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr., além do piloto Marcelo Pereira de Barros.

Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), galhos encontrados na fuselagem e imagens gravadas pela própria equipe auxiliaram a reconstrução da dinâmica do acidente. “Bateu na árvore, perdeu sustentação, caiu e incendiou. Todos morreram na hora”, disse em entrevista ao Fantástico, deste domingo (28).

Pouso irregular e falta de visibilidade

A investigação apontou que o Cessna 175 tentou pousar fora do horário permitido para aquela pista, que só poderia operar até 17h39. O acidente ocorreu às 18h03, quando já não havia condições de visibilidade. Na primeira tentativa, o piloto arremeteu ao perceber desalinhamento. Na segunda, a aeronave atingiu uma árvore de 20 metros, a cerca de 300 metros da cabeceira.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o avião estava autorizado apenas para voo diurno e não possuía equipamentos para operação noturna ou em condições meteorológicas adversas. Além disso, era registrado como de uso privado, sem permissão para atuar como táxi aéreo.

Aeronave antiga e histórico de apreensão

O Cessna foi fabricado em 1958 e adquirido pelo piloto em 2015. Em 2019, chegou a ser apreendido por suposto transporte irregular de turistas, permanecendo inativo até 2024. Após reforma supervisionada pela Anac, voltou a operar no início deste ano.

O advogado de Barros, Djalma Silveira, esclareceu que o piloto não realizava voos comerciais irregulares, mas usava a aeronave para situações emergenciais no Pantanal, como resgates de pessoas isoladas. A acusação de táxi aéreo teria surgido apenas porque Barros mandou imprimir cartões de visita da empresa Aero Safari, ainda em fase de criação.

Investigações continuam

Embora a Polícia Civil já tenha apontado as causas do acidente, o caso também é acompanhado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da Força Aérea Brasileira.

Fale com a Redação