25/11/2014 13h00
Polícia deve concluir inquérito sobre morte de advogado na próxima semana
Dourados News
A Polícia Civil de Dourados está perto de fechar o inquérito sobre a morte do advogado Márcio Alexandre dos Santos, 37, assassinado a tiros após um assalto ocorrido exatamente há um mês. O caso está sob investigação do SIG (Serviço de Investigações Gerais) e segundo o delegado Adilson Stiguivitis, responsável pelo inquérito, depende apenas de laudos periciais para tirar conclusões e, se for o caso, indiciar acusados.
“Dependemos desses laudos que serão conclusivos e de fundamental importância para apontar todos os detalhes que envolveram os disparos que mataram a vítima. Juntando isso ao que já foi apurado até agora com depoimentos e outras provas, poderemos encerrar o caso e partir para o indiciamento de autores ou do autor”, explicou Stiguivitis.
COMO FOI O CASO
No dia 4 deste mês, a polícia fez uma reconstituição do assalto e do consequente assassinato de Santos. O fato ocorreu no cruzamento das ruas Albino Torraca e Ciro Melo, na região central da cidade, durante a madrugada.
O advogado dirigia a caminhonete dele junto do policial federal Marcelo Portela, 37, seu amigo. Conforme apurado pela polícia, os dois retornavam de uma casa noturna e teriam parado o veículo para urinar, quando acabaram surpreendidos por quatro assaltantes.
O policial federal então teria reagido ao assalto, atirando e acertando um dos criminosos, Isaac Daniel Gonçalves Baptista, 22, que está preso. No entanto, ele teria acertado também o próprio amigo, que foi morto com oito tiros. Portela alega uma legítima defesa exagerada que ocasionou o que a defesa dele classifica como uma “terrível fatalidade”, muito pelo fato de que no momento do ocorrido ele estaria embriagado.
Os outros três assaltantes conseguiram fugir com a caminhonete do advogado, que teria sido levada para o Paraguai. Um deles, identificado como Emerson Antunes Machado, 21, foi preso pouco depois. Ele e também Baptista foram indiciados pelo crime de roubo. Os outros dois acusados, conforme a Polícia Civil, já estão identificados e com mandados de prisão expedidos, mas continuam foragidos. O nome deles não foi divulgado.
Já o policial federal segue em liberdade. A polícia não descarta que ele possa ser indiciado por crime de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Isso por conta da quantidade de tiros que atingiram a vítima, ainda que ele alegue que tenha confundido o amigo com um dos assaltantes. No entanto, a defesa de Portela acredita que ele vá responder por uma legítima defesa exagerada que ocasionou em fatalidade.
Uma comissão formada pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul) acompanha o caso desde o início. O presidente da Ordem no Estado, Júlio César de Souza Rodrigues, chegou a vir a Dourados no dia 29 de outubro e se reuniu com o delegado responsável pelo inquérito.
Conforme dito pelo presidente na época, a visita foi para cobrar isenção e agilidade nas investigações. A Ordem declarou abertamente uma preocupação com o fato do caso envolver um policial federal como suposto autor e uma possível interferência externa desse fator no andamento do inquérito. O advogado criminalista Márcio Alexandre dos Santos era bastante conhecido em Dourados, tendo inclusive se candidatado a vereador nas eleições de 2012 pelo PMDB.



