Publicado em 20/05/2017 11h22
Polícia mata e morre mais no RJ
Nos quatro primeiros meses deste ano, 383 pessoas morreram em confrontos com policiais civis e militares, um aumento de 58,9% em relação ao mesmo período de 2016. Mortes de PMs também cresceram entre janeiro e abril.
G1
A polícia está matando e morrendo mais no Rio de Janeiro, mostram os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Entre janeiro e abril deste ano, 383 pessoas morreram no estado em confrontos com policiais civis e militares, um aumento de 58,9% em relação ao mesmo período de 2016.
Os números podem refletir o acirramento dos confrontos entre policiais e traficantes nos últimos meses, que também deixa vítimas entre os civis.
Em março, policiais militares foram filmados atirando em dois homens já caídos no chão, feridos e desarmados, perto de uma escola em Fazenda Botafogo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mais cedo, um tiroteio no mesmo bairro terminou com a estudante Maria Eduarda morta na quadra de esportes do colégio.
Uma das balas que atingiu a menina saiu do fuzil de um dos PMs.
Em apenas seis dias de abril, cinco pessoas foram mortas no Complexo do Alemão, onde os conflitos se tornaram frequentes desde que a Polícia Militar decidiu instalar uma torre blindada no alto da comunidade de Nova Brasília. Entre as vítimas estavam dois adolescentes: Felipe Farias, de 16 anos, e Paulo Henrique de Moraes, de 13 anos. Os dois foram atingidos por balas perdidas durante tiroteio entre policiais e traficantes.
Na quarta-feira (19), outro adolescente, de 17 anos, foi morto durante operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, para combater o tráfico de drogas. Segundo a Polícia Militar, ele segurava um simulacro de arma de fogo.
PMs são alvo
Os assassinatos de policiais militares também estão mais frequentes. Entre janeiro e abril do ano passado, 9 foram mortos em serviço, segundo dados do ISP. Este ano, já foram 13 no mesmo período.
Em abril, três PMs vítimas de homicídio foram enterrados no mesmo dia. Entre eles, o primeiro agente da Operação Lei Seca a ser morto em serviço, o sargento Anselmo Alves Jr., morto em Queimados, na Baixada Fluminense.
Na noite de quinta-feira (18), um PM foi morto no fim da noite durante um confronto com criminosos na Favela do Lixão, em Duque de Caxias. Os policiais estavam patrulhando a comunidade quando foram atacados por criminosos, dando início ao tiroteio.
Os PMs são alvo tanto nas operações e em confrontos com bandidos, quanto nas horas de folga. Se forem considerados os mortos fora do horário de serviço e os reformados, o número de homicídios de policiais já chega a 72 este ano.
