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segunda-feira, 23 de junho, 2025
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Pré-candidatos da direita prometem indulto a Bolsonaro para atrair apoio e base eleitoral

Na corrida pela vaga de candidato da direita à Presidência da República em 2026, o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tornou-se o ativo político mais cobiçado entre os pré-candidatos. Para se cacifarem junto ao eleitorado bolsonarista e à família do ex-presidente, nomes como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) têm em comum uma promessa: conceder indulto a Bolsonaro, hoje inelegível, e aos condenados pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023.

Primeiro a defender publicamente a anistia, Caiado levanta a bandeira desde fevereiro de 2024, quando afirmou que o perdão seria um caminho para “acalmar o País” e restaurar a convivência política. Em maio deste ano, o governador de Goiás voltou ao tema com ainda mais ênfase: “Ronaldo Caiado, presidente da República: vou anistiar e começar uma nova história no Brasil”, declarou em discurso.

A defesa da anistia tornou-se um dos critérios centrais para a escolha de quem receberá o aval da família Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi claro ao afirmar que o candidato da direita terá que ter “comprometimento” com a pauta do indulto. “Não sei de que forma, mas vai ter que ser cumprido”, reforçou.

Outro nome forte nas articulações é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro. Nos bastidores, cresce a possibilidade de uma chapa que una Tarcísio na cabeça e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como vice. A informação circula entre integrantes do governo paulista e parlamentares da direita.

Tarcísio também já se posicionou a favor da anistia aos condenados do 8 de Janeiro. Em março, criticou a inelegibilidade de Bolsonaro: “Qual a razão para afastar Jair Messias Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição?”. O governador paulista também questionou as penas aplicadas a manifestantes: “Quero ver quem vai ter coragem de se opor ao projeto da anistia”.

O governador Romeu Zema, de Minas Gerais, também entrou na disputa. Mesmo aparecendo com desempenho modesto nas pesquisas – sendo o último colocado entre os nomes da direita na sondagem Genial/Quaest da semana passada – Zema reafirmou sua disposição de concorrer. Ele destacou que vê o cenário com muitos candidatos como sinal de uma direita “mais preparada” para enfrentar a esquerda.

Zema deu o primeiro passo para se aproximar da base bolsonarista ao declarar apoio ao indulto ao ex-presidente. “Sou totalmente favorável, totalmente favorável. Nós já demos indulto no passado e anistia para quem assassinou, sequestrou”, afirmou. Ele ainda criticou as penas aplicadas a participantes dos atos extremistas, citando o caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, condenada a 14 anos por pichar com batom a estátua da Justiça, em frente ao STF.

A disputa por uma bênção de Bolsonaro promete intensificar as movimentações da direita nos próximos meses, com a pauta da anistia cada vez mais central no discurso dos pré-candidatos que tentam herdar o capital político do ex-presidente para a eleição de 2026.

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