Ficou para a sexta-feira (07) a definição de um acordo entre a Santa Casa de Campo Grande, Prefeitura Municipal e o Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul) na questão do reajuste salarial para a categoria, que chegou a ficar de greve durante alguns dias no mês passado. As partes estiveram reunidas nesta terça (04) na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT/MS) para tentar encontrar uma alternativa para o impasse.
Este foi o segundo encontro entre os representantes envolvidos e mais uma vez não se chegou a um consenso. Os enfermeiros querem o reajuste de 10%, além de ter outras 40 cláusulas trabalhistas atendidas pelo hospital que, por sua vez, sustenta não possuir recursos para o aumento salarial dos empregados e alega que, para isso, depende da renovação de um convênio com a Prefeitura de Campo Grande.
Durante a reunião de hoje, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, pontuou que foi oferecido cerca de 20% de acréscimo ao contrato atual com o hospital, o que totalizaria repasse de R$ 28,5 milhões mensais. Ele também pediu para o Governo do Estado dar contrapartida de R$ 1 milhão, o que possibilitaria repasse total de R$ 29,5 milhões por mês. “A Santa Casa solicita o reajuste contratual de R$ 4 milhões por mês. É uma situação que não é possível”, explicou para a imprensa.
O representante da Prefeitura comentou ainda que o valor proposto já seria o suficiente para que o reajuste seja pago aos funcionários. “Nós estamos aqui no Tribunal do Trabalho justamente pra mediar e evitar uma greve trabalhista, mesmo não sendo nós os responsáveis diretos por essa contratação. O município está em dia com os pagamentos e não pode deixar a sociedade ser prejudicada por um desacordo com o hospital e os trabalhadores”, continuou ele.
Ao conversar com os jornalistas que acompanhavam a reunião, a vice-presidente do Siems, Helena Delgado, disse ter esperança de que a próxima reunião seja a definitiva, mas caso não seja, o sindicato vai ajuizar dissídio coletivo. “Não podemos ficar com esse prejuízo de não ter um reajuste em 2022 porque Estado e Município não conseguem se alinhar. Pedimos para que a sociedade fique do lado dos trabalhadores”, destacou ela.