Um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa, na sessão ordinária desta terça-feira (26), quer obrigar a presença de um profissional de fisioterapia nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, pediátrico e adulto dos hospitais e clínicas públicas, privadas ou filantrópicas.
A proposta é assinada pelo deputado estadual Evander Vendramini (PP). De acordo com o projeto, os estabelecimentos hospitalares ficam obrigados a manter em seu corpo clínico a presença de, no mínimo, um fisioterapeuta para cada dez leitos de UTI nos turnos matutino, vespertino e noturno, de modo a perfazer 24 horas.
A matéria também apresenta os requisitos profissionais para atuação, que são: possuir título de especialista de fisioterapia intensiva pela Associação Brasileira de Fisioterapia em Terapia Intensiva e Cardiorrespiratória (Assobrafir); ou residência ou pós-graduação em fisioterapia em terapia intensiva, fisioterapia em assistência/atenção ao paciente crítico, fisioterapia cardiorrespiratória e fisioterapia hospitalar. O fisioterapeuta deve estar disponível em tempo integral para assistência aos pacientes internados nas UTIs, durante o período que estiver escalado para este setor.
Segundo o parlamentar, em 2010, foi publicada no Diário Oficial a Resolução 7 (RDC7) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que garante a presença de fisioterapeutas nas UTIs brasileiras por pelo menos 18 horas. “Há estudo que descreve a relação entre a disponibilidade de serviços de fisioterapia e custos de UTI e conclui que a presença do fisioterapeuta 24 horas na UTI tem redução no custo geral”, justifica Evander. A matéria segue agora para análise das Comissões Parlamentares.
Atuação fisioterapêutica nas UTIs
Devido à atuação do fisioterapeuta na reabilitação dos indivíduos, a presença desse profissional na Unidade de Terapia Intensiva é de suma importância para lidar com pacientes críticos. A UTI é um local específico dentro dos hospitais que tem como objetivo atender pacientes que necessitam de monitoramento 24 horas por dia. Nesse local, é ofertado o suporte avançado à vida, o que torna necessário o uso de tecnologias aliadas a um atendimento multiprofissional.
É necessário ressaltar, em soma, que nas UTIs pode haver três perfis de pacientes: aqueles que passam por uma cirurgia extensa, os acometidos por quadros graves e aqueles que se encontram em pós-operatório de cirurgias pequenas e possuem algum fator de risco associado, como hipertensão e diabetes, por exemplo.
O fisioterapeuta, além de realizar seu trabalho para preservar a vida dos seus pacientes acometidos por complicações que os levaram até a UTI, será de extrema importância na reabilitação funcional. Em relação ao sistema musculoesquelético, por exemplo, muitos indivíduos que ficam na unidade podem perder força muscular, o que demanda atuação do fisioterapeuta, que irá trabalhar para manter um tônus muscular adequado, melhorar a força e função física dos pacientes.
Já em relação ao tratamento respiratório dentro das UTIs o fisioterapeuta atua dando assistência nos casos de pacientes graves que necessitam do suporte ventilatório. Ou seja, esse profissional irá auxiliar na condução da ventilação mecânica, indo do preparo e ajuste do ventilador artificial até a intubação. Atuará, também, na evolução do caso do paciente para compreender quando será necessário a interrupção e desmame do suporte ventilatório.



















