A Polícia Militar precisou ser acionada para acompanhar a manifestação dos trabalhadores da Santa Casa de Campo Grande que aconteceu em frente ao saguão principal na tarde dessa terça-feira (23). O grupo, que envolve todas as categorias contratadas pelo regime da CLT, especialmente que atuam na manutenção, cozinha e lavanderia, cobra o pagamento do 13º salário, que venceu no último dia 19 deste mês.
Durante o ato, dezenas de trabalhadores bateram palmas em protesto e gritaram exigindo o pagamento do benefício de forma integral. Sem dinheiro em caixa, a Santa Casa alega que precisa de um repasse extra por parte dos poderes públicos para quitar a folha, mas tanto o Governo do Estado quanto a Prefeitura Municipal adiantaram que não farão novos repasses neste ano.
Os manifestantes também revelaram para a falta de diálogo entre a direção da Santa Casa e os sindicatos que os representam, sustentando que nada está sendo repassado sobre o andamento das negociações. A maioria dos trabalhadores também comentou sobre a demora para a deflagração da greve geral, que já deveria ter começado.

A paralisação começou na segunda-feira (22) e, entre os principais efeitos, estão atrasos nos horários de visitas dos pacientes. O presidente da Siems (Sindicato dos Trabalhadores das Áreas de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, disse que a direção acionou a Polícia Militar para tentar barrar o movimento, que ocorre de forma pacífica.
“Não somos arruaceiros e muito menos bandidos. Estamos no nosso direito. Iremos continuar a nossa mobilização respeitando os pacientes”, declarou aos jornalistas que acompanharam a manifestação. Foram pelo menos cinco viaturas da PM deslocadas para a Santa Casa, entretanto, não foi registrado confronto.
O sindicalista também alertou aos trabalhadores que está aguardando a reunião com a direção da Santa Casa para debater os próximos passos do movimento. “Não aceitamos nenhuma proposta. Eles estão lá de portas fechadas”, disse, reforçando que não houve apresentação formal de nenhuma proposta até o momento, apenas o parcelamento do 13º, que não foi aceito.
Santana também explicou que parte dos enfermeiros começou a receber o piso salarial nesta terça-feira, mas que isso não está relacionado com o 13º salário. “Esse é um recurso do Governo Federal que estava organizado para receber. Não é o piso da Santa Casa, não resolve o déficit da Santa Casa”. Por fim, comunicou que o próximo passo será a greve efetivada.
Esse é o segundo dia de protesto em frente ao hospital. Na segunda-feira, médicos e enfermeiros tomaram conta da recepção principal para reivindicar o pagamento. Na ocasião, a PM não foi chamada pela direção. Desde então, 70% dos funcionários continuam trabalhando, enquanto 30% aderiram à paralisação.
Regras para visitas durante a paralisação
Por causa da paralisação, a Santa Casa ajustou temporariamente as rotinas de visita aos pacientes. As regras são:
- entrada permitida para apenas um familiar por paciente;
- cada paciente pode receber uma visita por dia, no período da manhã, às 11h;
- o acesso deve ser feito somente pela porta de vidro no térreo.
As visitas estão liberadas para pacientes internados na UTI e nas enfermarias. No setor de Trauma, a entrada deve ocorrer pela porta específica da área.




















