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quarta-feira, 6 de agosto, 2025
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PT vai pedir o divórcio para Eduardo Riedel e articula com aliados um rival para 2026

O casamento dos petistas com a gestão de Eduardo Riedel chegou ao fim. O pedido de divórcio deve ser oficializado nos próximos dias pelas lideranças da legenda da estrela ao não concordarem com a manifestação pública, via rede social, do chefe do Executivo Estadual contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O desvinculamento do PT do governo Riedel terá o desligamento e a entrega dos cargos na estrutura administrativa do Governo do Estado e, na Assembleia Legislativa, os deputados estaduais que antes faziam parte da chamada base aliada farão coro na oposição, prometendo endurecer as propostas assinaladas pelo governador no restante do seu mandato, além de intensificar as cobranças e fiscalizações.

O presidente estadual do PT, deputado federal Vander Loubet, se manifestou sobre o assunto por meio de uma nota de assessoria, na qual lembra que no segundo turno das eleições de 2022 houve um acordo publicamente assumido entre as partes para apoiar Riedel por considerá-lo de vertente da centro-direita arejada, sensata, democrática. “Entramos no governo pela porta da frente, que é também a porta de saída quando as diferenças entre quem está dentro da mesma casa se tornam inconciliáveis”, declarou.

Nesse tempo de participação no governo Riedel, o PT, conforme Vander, atuou na melhoria das políticas de fomento à agricultura familiar e ainda citou que em Campo Grande 95% dos investimentos são do Governo Federal. Ele também mencionou que o partido colocou a força da sua militância e o ideal de seu programa a serviço da democracia e do combate à fome e às injustiças. “Não seguiremos de mãos dadas com quem sabota o próprio país e abastece a violência invasiva de governos estrangeiros”, frisou.

Agora, os petistas devem se reunir com outros partidos aliados para planejar os próximos passos, inclusive, já se fala no lançamento de uma candidatura forte para fazer frente ao próprio Eduardo Riedel, que certamente disputará a reeleição no ano que vem. Entre os cotados está o ex-deputado federal Fábio Trad, que está sem partido. Além disso, o PT está federado com o PV e o PCdoB e deve pleitear uma aliança com outras forças estaduais, como o MDB, de André Puccinelli, e o PSB, do deputado Paulo Duarte.

Deputados reclamam de protesto contra Moraes

Imagem: Pedro Kemp foi o primeiro a abordar o assunto na tribuna da ALEMS nesta quarta-feira
Pedro Kemp foi o primeiro a abordar o assunto na tribuna da ALEMS nesta quarta-feira (foto: Alems)

Durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), nesta quarta-feira (6), o deputado Pedro Kemp e a deputada Gleice Jane, ambos do PT, criticaram as manifestações que acontecem em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu não poderia deixar de comentar o que houve ontem no Congresso Nacional, um protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, deputados e senadores que o apoiam, ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, impedindo que as sessões fossem abertas e a votação de projetos importantes para o País, como o que isenta do pagamento do Imposto de Renda de Pessoa Física [IRPF] para quem ganha até R$ 5 mil e outros projetos importantes para a economia do País”, registrou o deputado Pedro Kemp.

Pedro Kemp lembrou que a manifestação paralisa o Poder Legislativo federal. “Um absurdo aquela manifestação que prejudicou o andamento normal do Poder Legislativo para proteger uma família acusada de praticou crimes graves, desde a época da pandemia. Esses crimes são objeto agora de um processo em tramitação no Supremo Tribunal Federal [STF] e esperamos que até setembro seja julgada essa ação e os responsáveis possam ser punidos”, considerou.

O deputado também falou sobre o tarifaço imposto sobre as exportações brasileira pelo governo dos Estados Unidos da América (EUA). “Hoje entra em vigor o tarifaço encima de uma série de produtos, e vai prejudicar o agronegócio. Me causou estranheza a manifestação do ex-governador Reinaldo Azambuja e do governador Eduardo Riedel [PSDB] pelo que vem acontecendo no País. É lamentável quando os ataques à economia do Brasil e as afrontas ao Poder Judiciário não são condenados. Bolsonaro antecipou sua prisão porque deliberadamente não cumpriu as medidas cautelares. Vamos debater essa conjuntura e defendo que deixemos o Governo do Estado”, declarou Pedro Kemp.

PT vai pedir o divórcio para Eduardo Riedel e articula com aliados um rival para 2026
Deputada fala de decisão a ser tomada pelo PT (Foto: Alems)

Gleice Jane também abordou o assunto, na tribuna da ALEMS. “Afirmo que a minha definição é a que temos [PT] que sair do Governo imediatamente. Quero lembrar que é necessário fazer um grande debate nesse Estado e continuar nesse Governo não é saudável para a democracia, o País. Porque não é primeira vez que o Governo Riedel se manifesta dessa forma, mais que urgente que o Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras tome essa decisão. Bolsonaro está sendo condenado em prisão domiciliar para garantir que as investigações sejam feitas. Também me admirei com o movimento de domingo em que a bandeira americana esteve acima da brasileira, não podemos ser um país subserviente, temos que ter muita seriedade nesse processo”, ressaltou a parlamentar.

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