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sábado, 23 de agosto, 2025
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Rejeição a Lula cai e aprovação sobe ao melhor nível desde janeiro, aponta Quaest

A nova rodada da pesquisa Quaest/Genial Investimentos, divulgada nesta quinta-feira (22), traz recados importantes para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para a oposição. O levantamento, realizado entre 13 e 17 de agosto, mostra que o petista alcançou o melhor índice de aprovação desde janeiro, ampliou sua vantagem sobre adversários em cenários para 2026 e conseguiu recuperar apoio entre os mais pobres.

Aprovação sobe, rejeição cai

Segundo a pesquisa, a desaprovação ao governo caiu dois pontos, para 51%, enquanto a aprovação subiu três pontos, chegando a 46%. É o menor distanciamento entre os dois índices em 2024. Pela primeira vez no ano, a rejeição a Lula caiu de 57% (em maio) para 51% em agosto.

Preços dos alimentos influenciam percepção

Um dos fatores para a melhora da avaliação do presidente é a percepção de queda nos preços dos alimentos.

  • 60% ainda dizem que os preços subiram (eram 76% antes);
  • 18% afirmam que caíram (eram 8%).

Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o alívio no supermercado explica parte do avanço da popularidade de Lula, especialmente entre os mais pobres.

Entre quem ganha até dois salários mínimos, a aprovação ao governo subiu de 46% para 55%, enquanto a desaprovação caiu de 49% para 40%. Lula também melhorou sua imagem entre católicos, nordestinos, idosos e pessoas com ensino fundamental.

Tarifaço de Trump

Outro fator apontado é a postura do governo diante do tarifaço de Donald Trump, que impôs taxa de 50% ao Brasil.

  • 48% avaliam que Lula e o PT lidaram melhor com o episódio;
  • 28% preferem Bolsonaro e aliados;
  • 51% acreditam que Trump agiu por interesse político;
  • 64% acham que a medida vai encarecer alimentos no país.

Eleições de 2026

Nos cenários para 2026, Lula segue liderando no primeiro turno e abriu vantagem no segundo turno contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem aparecia empatado em julho. Em um dos cenários, Lula tem 43% contra 35% de Tarcísio.

Apesar disso, 58% dos entrevistados dizem que Lula não deveria disputar um novo mandato.

Oposição em desgaste

A Quaest indica que o tarifaço prejudicou a oposição, sobretudo políticos próximos a Jair Bolsonaro (PL).

  • 71% acreditam que Trump errou ao impor as tarifas por conta de Bolsonaro;
  • 55% avaliam que o ex-presidente agiu mal diante do tema.

Bolsonaro continua inelegível até 2030 e mantém alta rejeição (57%), mas ainda aparece competitivo em São Paulo, onde empata com Lula.

Já Tarcísio lidera em Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, empata em Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas perde com ampla desvantagem na Bahia e em Pernambuco. Sua rejeição também cresceu: de 33% para 39%.

Quem pode substituir Bolsonaro?

Com Bolsonaro fora da disputa, a pesquisa perguntou quem deve ser o nome da direita. Os mais citados foram:

  • Michelle Bolsonaro (PL): 16%;
  • Tarcísio de Freitas (Republicanos): 14%;
  • Ratinho Júnior (PSD): 10%;
  • Pablo Marçal (PRTB): 6%.

Outros nomes, como Eduardo Leite (PSDB), Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e filhos de Bolsonaro, aparecem com índices menores.

📊 A pesquisa ouviu 12.150 pessoas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.

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