A nova rodada da pesquisa Quaest/Genial Investimentos, divulgada nesta quinta-feira (22), traz recados importantes para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para a oposição. O levantamento, realizado entre 13 e 17 de agosto, mostra que o petista alcançou o melhor índice de aprovação desde janeiro, ampliou sua vantagem sobre adversários em cenários para 2026 e conseguiu recuperar apoio entre os mais pobres.
Aprovação sobe, rejeição cai
Segundo a pesquisa, a desaprovação ao governo caiu dois pontos, para 51%, enquanto a aprovação subiu três pontos, chegando a 46%. É o menor distanciamento entre os dois índices em 2024. Pela primeira vez no ano, a rejeição a Lula caiu de 57% (em maio) para 51% em agosto.
Preços dos alimentos influenciam percepção
Um dos fatores para a melhora da avaliação do presidente é a percepção de queda nos preços dos alimentos.
- 60% ainda dizem que os preços subiram (eram 76% antes);
- 18% afirmam que caíram (eram 8%).
Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o alívio no supermercado explica parte do avanço da popularidade de Lula, especialmente entre os mais pobres.
Entre quem ganha até dois salários mínimos, a aprovação ao governo subiu de 46% para 55%, enquanto a desaprovação caiu de 49% para 40%. Lula também melhorou sua imagem entre católicos, nordestinos, idosos e pessoas com ensino fundamental.
Tarifaço de Trump
Outro fator apontado é a postura do governo diante do tarifaço de Donald Trump, que impôs taxa de 50% ao Brasil.
- 48% avaliam que Lula e o PT lidaram melhor com o episódio;
- 28% preferem Bolsonaro e aliados;
- 51% acreditam que Trump agiu por interesse político;
- 64% acham que a medida vai encarecer alimentos no país.
Eleições de 2026
Nos cenários para 2026, Lula segue liderando no primeiro turno e abriu vantagem no segundo turno contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem aparecia empatado em julho. Em um dos cenários, Lula tem 43% contra 35% de Tarcísio.
Apesar disso, 58% dos entrevistados dizem que Lula não deveria disputar um novo mandato.
Oposição em desgaste
A Quaest indica que o tarifaço prejudicou a oposição, sobretudo políticos próximos a Jair Bolsonaro (PL).
- 71% acreditam que Trump errou ao impor as tarifas por conta de Bolsonaro;
- 55% avaliam que o ex-presidente agiu mal diante do tema.
Bolsonaro continua inelegível até 2030 e mantém alta rejeição (57%), mas ainda aparece competitivo em São Paulo, onde empata com Lula.
Já Tarcísio lidera em Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, empata em Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas perde com ampla desvantagem na Bahia e em Pernambuco. Sua rejeição também cresceu: de 33% para 39%.
Quem pode substituir Bolsonaro?
Com Bolsonaro fora da disputa, a pesquisa perguntou quem deve ser o nome da direita. Os mais citados foram:
- Michelle Bolsonaro (PL): 16%;
- Tarcísio de Freitas (Republicanos): 14%;
- Ratinho Júnior (PSD): 10%;
- Pablo Marçal (PRTB): 6%.
Outros nomes, como Eduardo Leite (PSDB), Ronaldo Caiado (União Brasil), Romeu Zema (Novo) e filhos de Bolsonaro, aparecem com índices menores.
📊 A pesquisa ouviu 12.150 pessoas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.