A rede hospitalar de Mato Grosso do Sul passará por uma profunda reestruturação, com a implantação da chamada nova arquitetura da saúde, apresentada pelo secretário estadual de Saúde, Maurício Simões, na manhã desta sexta-feira (15). O plano prevê a criação de um cinturão de hospitais de pequena e média complexidade, capaz de desafogar a demanda dos grandes centros, como Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá.
Entre os municípios estratégicos que já integram o projeto-piloto está Ribas do Rio Pardo, ao lado de Coxim, Aquidauana, Maracaju e Sidrolândia. Há dois meses, a cidade participa da fase inicial de implementação do novo modelo, que reorganiza os serviços hospitalares de acordo com a vocação e a estrutura de cada microrregião.
Mais eficiência e melhor atendimento à população
Segundo Simões, a regionalização permitirá que cada cidade desempenhe um papel mais resolutivo dentro da rede, com investimentos e incentivos proporcionais à sua capacidade. “As microrregiões passam a ter um papel importante com uma política de financiamento para que elas possam exercer o papel que o município tem na região. Muitas vezes, ele já conta com boa estrutura hospitalar e recursos humanos, e o que o Estado precisa é incentivar para que possam produzir mais”, afirmou.
Com a mudança, as cidades menores vão concentrar esforços na atenção primária, acompanhando doenças crônicas e oferecendo consultas com clínicos gerais. Já os municípios de porte médio, como Ribas do Rio Pardo, vão fortalecer a atenção secundária, com especialistas, exames e atendimento de urgência e emergência. A alta complexidade ficará restrita a hospitais de referência nos grandes centros, responsáveis por cirurgias especializadas, UTIs e transplantes.
Investimentos robustos e combate à ociosidade
O diagnóstico realizado pela Secretaria de Estado de Saúde mostrou que 40% dos 4.637 leitos hospitalares de Mato Grosso do Sul estavam ociosos, muitas vezes porque as unidades não possuíam capacidade de resolver casos mais complexos. O resultado era o deslocamento de pacientes para a Capital, agravando a superlotação.
Para mudar este cenário, o Estado já investiu mais de R$ 2,2 bilhões desde 2023 em obras, equipamentos, veículos, capacitação e incentivos aos municípios. Entre as ações de destaque estão o funcionamento do Hospital Regional de Três Lagoas, a construção do Hospital Regional de Dourados, previsto para iniciar atividades em 2025, e a Parceria Público-Privada do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que ampliará a capacidade de 362 para 577 leitos.
Ribas do Rio Pardo como referência regional
A participação de Ribas do Rio Pardo no projeto-piloto reforça o papel estratégico do município no atendimento hospitalar da região. Com a reorganização da rede, a cidade ganha mais protagonismo no cuidado com a saúde da população, recebendo investimentos para potencializar serviços e reduzir a dependência dos grandes centros.
A resolução que oficializa a nova política de financiamento será publicada na próxima semana, permitindo que outros municípios também possam aderir ao modelo. Para a população riopardense, a expectativa é de um atendimento mais ágil, eficiente e próximo de casa, refletindo diretamente na qualidade de vida e no acesso à saúde.