Governador destacou importância da cooperação nas fronteiras e pediu atuação permanente das Forças Armadas durante fórum de segurança em São Paulo
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), defendeu uma atuação conjunta e integrada entre os estados brasileiros, as forças nacionais de segurança e os países vizinhos no enfrentamento ao crime organizado. A declaração foi feita durante o Fórum de Segurança Pública – Elo Brasil SP, realizado neste sábado (25), em São Paulo.
Riedel participou como palestrante e debatedor em um painel que reuniu também os governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Antônio Denarium (Roraima), além das vice-governadoras Mailza Assis (Acre) e Celina Leão (Distrito Federal). O debate foi moderado pelo senador Ciro Nogueira.
Durante a discussão, o governador destacou as particularidades de Mato Grosso do Sul por fazer fronteira com Paraguai e Bolívia, além de estar ligado a cinco estados brasileiros. “Boa parte da nossa fronteira é seca ou cortada pelo rio Paraguai, em regiões de baixa densidade populacional. Essa relação com países e estados vizinhos é essencial e pode ser a chave para contribuir com o Brasil no combate ao crime organizado”, afirmou.

Riedel reforçou que, embora o estado apresente bons indicadores de segurança pública, enfrenta desafios por ser rota do tráfico internacional de drogas. “Grande parte do ônus desse enfrentamento recai sobre o Estado. Cerca de 35% da população carcerária é resultado do combate ao tráfico internacional, o que representa um custo elevado. Temos o maior número de presos por 100 mil habitantes do país, reflexo desse esforço de enfrentamento”, destacou.
O governador defendeu também o fortalecimento da atuação das Forças Armadas como apoio contínuo nas ações de fronteira. “Temos o Comando Militar do Oeste em Mato Grosso do Sul e todas as forças são parceiras, mas ainda há limitações, principalmente de recursos. Precisamos de uma presença permanente, não apenas pontual”, explicou.
Para Riedel, o olhar regional é fundamental para que as estratégias de segurança sejam eficazes. Ele criticou propostas em discussão no Congresso que buscam centralizar a gestão da segurança pública na União. “Tirar isso dos estados enfraquece o sistema. Só quem está no Rio sabe como fazer segurança lá, e só quem está em Mato Grosso do Sul sabe como fazer segurança aqui. Cada região tem suas especificidades que precisam ser respeitadas”, pontuou.
Ao final do evento, Riedel destacou que os resultados das apreensões feitas por forças estaduais devem permanecer nos respectivos estados e que a segurança tem sido um fator decisivo para o crescimento econômico de Mato Grosso do Sul, que tem registrado índices de 5% a 6% ao ano.
“Não existe futuro, tranquilidade ou investimento sem segurança. É preciso criar um ambiente capaz de enfrentar à altura o crime organizado e as facções que atuam no país”, afirmou o governador.
Riedel participou do fórum acompanhado do secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, e da senadora Tereza Cristina (PP-MS).











