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quarta-feira, 27 de agosto, 2025
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Safra 2025/2026: produtores de MS se preparam para iniciar plantio da soja

Os produtores de Mato Grosso do Sul iniciam, em 16 de setembro, o plantio da safra 2025/2026 de soja. O calendário segue aberto até 31 de dezembro, mas o início do ciclo será marcado por desafios climáticos. De acordo com o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), o trimestre deve registrar temperaturas acima da média e chuvas irregulares, cenário que pode acelerar a perda de umidade no solo e aumentar os riscos para a lavoura.

O boletim climático projeta entre 300 e 400 milímetros de chuva na maior parte do Estado durante o período, com picos de até 600 milímetros no sul. A distribuição, no entanto, deve ser desigual: a faixa centro-oeste tende a registrar índices abaixo da média, enquanto outras regiões podem ter acumulados maiores. Apesar da predominância de calor, episódios isolados de frio não estão descartados e podem derrubar os termômetros para 8°C ou 10°C em alguns municípios. O fenômeno El Niño-Oscilação Sul deve permanecer neutro, com 57% de probabilidade, sem impacto direto sobre o regime de chuvas.

Na safra passada, Mato Grosso do Sul colheu cerca de 14,68 milhões de toneladas de soja, avanço de 18,9% em relação ao ciclo 2023/2024, em uma área de 4,5 milhões de hectares. A produtividade média foi de 54,4 sacas por hectare, superando as expectativas iniciais e ficando 11,4% acima do ciclo anterior.

Para este ano, especialistas alertam que a estratégia de manejo será essencial. O coordenador técnico da Aprosoja-MS, Gabriel Balta, recomenda cautela nas decisões de plantio. “Uma vez implantada a cultura, não há como voltar atrás. Um bom posicionamento inicial pode transformar completamente o cenário de desenvolvimento da lavoura”, afirma.

Segundo Balta, o escalonamento das datas de plantio dentro das propriedades pode reduzir riscos diante da irregularidade climática. Ele também destaca a importância da escolha das sementes: cultivares de ciclo longo são mais adequados para áreas instáveis, enquanto regiões com calendário mais regular permitem o uso de variedades de ciclo precoce a médio. “Outro ponto é alinhar a cultivar com o nível de fertilidade do solo, o que garante melhor desempenho agronômico e maior retorno sobre o investimento”, completa.

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